terça-feira, 24 de setembro de 2024
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Casos de estupro assolam Rio Preto

Desde janeiro a agosto deste ano Rio Preto registrou 82 ocorrências de estupro, uma média de um caso a cada três dias, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP),…

Desde janeiro a agosto deste ano Rio Preto registrou 82 ocorrências de estupro, uma média de um caso a cada três dias, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), divulgado na quinta-feira (dia 29).

Mas este número pode ser ainda maior, pois há vítimas que não registram o crime por culpa, vergonha ou medo. Em muitos casos o silêncio é mantido porque o agressor convive sob o mesmo teto ou é conhecido da vítima, o impende que as mulheres busquem ajuda.

As vítimas do abuso sexual podem desenvolver problemas psicológicos, de acordo com a psicóloga e assistente social Ligia Regina Velani. “As consequências físicas e psicológicas são graves, afetando diretamente na vida íntima, relacional, profissional e social da mulher. As vítimas podem desenvolver diversos problemas psicológicos como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático (SPT), transtornos alimentares, distúrbios sexuais e do humor, isolamento social, transtornos relacionados ao sono, fobias e outros, que afetam negativamente diferentes setores da vida. Tais sintomas podem ser duradouros e estenderem-se por um longo período, quando não devidamente tratados”, afirma a psicóloga.

Ligia afirma ainda que é fundamental o total amparo e cuidado com mulheres submetidas a este tipo de estresse. “Todos esses sentimentos, quando não tratados e elaborados psicologicamente, ao longo do tempo, podem levar ao maior uso ou abuso de álcool e outras drogas. Além de grande risco de tentativa de suicídio, como último recurso interno, em lidar com a profunda ferida psíquica e emocional vivenciada” afirma Velani. A terapia, o suporte familiar e da rede de amigos, têm papel fundamental na elaboração e superação do trauma afirma à psicóloga.

“O acolhimento psicológico à pessoa que sofreu abuso sexual é fundamental, tanto no período logo após o episódio, quanto durante um tempo significativo de tratamento, que varia de acordo com cada pessoa. Esse suporte é um direito e uma necessidade inadiável, pois pode evitar o surgimento e/ou agravamento de muitos dos sintomas elencados”.

Estatísticas crescem

Em Rio Preto, nesta semana foram registros quatro casos de estupro, em um intervalo de cinco dias. O último caso, a vítima foi abordada em plena luz do dia em uma das avenidas mais movimenta da zona sul do município. Uma farmacêutica de 30 anos saia de uma agência bancária, por volta das 13h45, quando um desconhecido se aproximou por trás dela. O homem mandou a mulher assumir o controle da direção do próprio veículo. Assustada, a vítima não reagiu e entrou no automóvel, enquanto o desconhecido ficou ao seu lado, no banco do passageiro. Durante o trajeto até o distrito de Talhado, o desconhecido colocou um capuz para não ser identificado. Em uma área remota, ele obrigou a vítima estacionar, momento em que outro veículo também parou ao lado. Os dois agressores obrigaram a farmacêutica tomar uma bebida amarga e sob grave ameaças e agressões, abusaram sexualmente dela.

A dupla fugiu em seguida e a mulher bastante assustada dirigiu seu carro até o local onde trabalha e pediu ajuda. A farmacêutica foi levada até o hospital Austa bastante abalada e com fortes dores nos locais onde foi agredida. Os criminosos ainda não foram localizados e o caso é investigado pela DDM.

Gazeta de Rio Preto

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