sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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O verão ainda nem começou e eu já não aguento mais tanta reclamação sobre o calor. Além dos lamentos que ouço diariamente, também tem uma enxurrada de piadas e “memes”…

O verão ainda nem começou e eu já não aguento mais tanta reclamação sobre o calor. Além dos lamentos que ouço diariamente, também tem uma enxurrada de piadas e “memes” ironizando as situações cotidianas que as pessoas enfrentam com o calor “excessivo” (segundo os reclamantes) de nossa cidade e região.

Claro que o humor nas redes sociais, como de costume, é bem criativo. Rodam, por aí, “memes” com a imagem da Mona Lisa de cabelo curto e a frase “Casei, muito calor!”, acompanhada de uma explicação: “A Mona Lisa é cheia de classe, mas nesse calor de deserto do Saara, ela não aguentou e tosou a cabeleira!”. Outra, mostra o quadro “A Persistência da Memória”, do pintor surrealista Salvador Dalí” (onde há algumas imagens de relógios como se estivessem derretidos), e as seguinte frase sobreposta: “Tá tão quente que Salvador Dalí seria considerado realista”, satirizando os movimentos artísticos e literários surgidos nas últimas décadas do século XX. Pode não parecer, mas “meme” também é cultura.

Tem também um com a imagem do Homer Simpson (podia ser de qualquer outro personagem, o Cebolinha, por exemplo) com a frase: “Daqui a pouco tem político prometendo chuva”. Mais um bradando que “Isso não é calor, é uma amostra grátis do inferno” Outro ainda explicando sobre “As quatro estações no Brasil: Verão, calor, quentura e mormaço”. Tem mais. “Sensação térmica: abraçando o sol”. “O calor tá tanto que eu tô começando a gostar de quem fala cuspindo”.

Sem contar as inúmeras piadinhas que ouvimos a quase todo instante: “Se calor fosse bom o inferno seria gelado”, “Esse ano vou votar no político que apresentar uma boa proposta para o calor”, “O calor está tão grande, que galinha está botando ovos cozidos”, “Tá tão quente, que o calango tá correndo em duas patas por medo de queimar a barriga no chão”, “Está um clima de montanha… montanha vulcânica”, “Hoje tá tão calor, que eu tô ligando para a minha ex só pra ser tratado com frieza”, “Esse calor podia derreter gordura também” (seria ótimo, no meu caso), “Pareço legal, mas já entrei numa loja só porque tinha ar condicionado”, “O bom do calor é que as pessoas ficam reclamando do calor e não sobra tempo pra se meter na vida dos outros” (grande benefício do calor).

Faltou uma de humor negro: “Verão é aquela época do ano em que você vê um cadáver dentro de um freezer e pensa: Cara de sorte”. Uma com gente famosa: “Por que o Faustão não faz a Dança da Chuva, ao invés de fazer a Dança dos Famosos?”. De crítica social: “Está tão quente, que fui dar um cobertor a um morador de rua e ele quase me bateu”. E de música, para finalizar: “Se só um sol tá esse calor todo, imagina quando o segundo sol chegar para realinhar as órbitas dos planetas”.

Ainda que sob o disfarce do humor, as reclamações são constantes. Sem mencionar aqueles que adicionam aos seus protestos o recheio da ranzinzice. Pior do que o calor, o frio, a chuva, a seca, ou qualquer outra manifestação climática, são os “reclamadores” de plantão. Tem gente que reclama de tudo. Reclama até de quem reclama demais.

Fiquei pensando se, no Céu (o etéreo), Deus implantasse um Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), com uma fileira infinita de baias de atendimento, cheias de anjos, com medidas um pouco maiores do que aquelas aqui dos escritórios do nosso mundo, para caberem

as asas, e tentasse atender a todos os pedidos. Imagino que a Terra se tornaria realmente um inferno, seja qual fosse a temperatura. Depois, lembrei que já existe um tipo de SAC para pedidos e reclamações: a oração. O problema é que Jesus já deu uma dica, em suas orações, de como a coisa funciona. Quem já leu a bíblia vai se lembrar de que Jesus orou dizendo “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, MAS A TUA”.

Sérgio Piva

s.piva@hotmail.com

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