Juízes e Promotores repudiam texto aprovado na Câmara Federal
Uma manifestação pública promovida por representantes do judiciário e promotoria de justiça da região contra a aprovação do projeto de combate à corrupção foi realizada nesta quarta-feira após a votação da emenda que punir juízes e promotores por abuso de autoridade. O texto foi aprovado na madrugada desta quarta-feira, dia 30 de novembro na Câmara dos Deputados em Brasília.
Diante do fato, uma coletiva com a imprensa foi realizada na tarde de ontem para mostra a população de Fernandópolis e região a indignação por parte dos juízes e promotores com as atitudes tomadas pelos deputado federais.
O ato aconteceu no Fórum de Fernandópolis e contou com representantes da Justiça local, Votuporanga, Palmeira d´Oeste, Estrela d´Oeste, Santa Fé do Sul e São José do Rio Preto. O juiz Evandro Pelarin, convidado a participar do evento, foi um dos que mais se manifestou e falou sobre o projeto.
Para ele, o texto foi aprovado na surdina, em um momento de consternação pelo acidente aéreo envolvendo o time da chapecoense e não representaria os anseios da sociedade. Ele disse que os juízes já possuem um órgãos moderadores e fiscalizadores e constantemente o trabalho de cada um é analisado. Os mesmos argumentos foram mencionados pelo juiz de Votuporanga, Sergio Barbato Junior.
Segundo ele, faltou diálogo entre os poderes e um debate sobre os assuntos que foram aprovados em Brasília. “Fico preocupado com colegas que possam se punidos por tomar decisões que desagradam um determinado grupo de pessoas”, disse.
Já o juiz Vinicius Castrequini questionou a atitudes dos parlamentares mencionando também a possibilidade de estarem legislando em causa própria. “Não vamos defender bandidos de colarinho branco. Esse projeto é uma fraude e visa mesquinhar a possibilidade de investigação de políticos e poderosos”, manifestou.
Evandro Pelarin disse que o Judiciário não se curvará e buscará meios para anular tal decisão tomada pelos deputados, buscando recursos ao STF (Superior Tribunal Federal), já que na opinião dele o projeto é inconstitucional.
Representantes do Ministério Público também falaram sobre o assunto, seguindo a mesma linha, defendendo o trabalho de investigação e fiscalização por parte do órgão sem que haja punições para seus membros.
O ato foi acompanhado por parte da imprensa local e funcionários do Fórum de Fernandópolis, que suspenderam suas atividades, dando total apoio ao manifesto dos juízes e promotores.