A economia brasileira começará a se recuperar lentamente em 2017, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país), é de crescimento de 0,5%. A estimativa para o PIB industrial é de crescimento de 1,3%.
Para este ano, a estimativa de queda do PIB é de 3,6%, com retração da indústria em 3,9%. As projeções para o consumo das famílias indicam queda de 4,5% este ano e crescimento de 0,2% em 2017. Para a formação bruta de capital fixo (investimentos), a estimativa é de queda de 11,2% em 2016, e expansão de 2,3% no próximo ano.
A expectativa da CNI é que a taxa de desemprego aumente em 2017, ficando em 12,4% contra a previsão de 11,2%, este ano. A projeção para a inflação ficou em 6,6% este ano, e 5%, em 2017. A estimativa ficou um pouco acima do teto da meta de inflação, que é de 6,5% em 2016.
Contas públicas
A projeção da CNI para a dívida pública bruta é de 72,1% do PIB este ano com aumento para 76,2% do PIB em 2017. A estimativa para o déficit primário, receitas menos despesas sem considerar gastos de juros, é de 2,5%, em 2016 e 2,7%, no próximo ano.
A CNI também fez projeção para o superávit comercial que deve passar de US$ 49 bilhões este ano para US$ 44 bilhões, em 2017.
Investimentos
O presidente da CNI, Robson Andrade, disse que os empresários estrangeiros veem grandes oportunidades de investimento no Brasil, mas evitam investir no país por conta do que qualificam de insegurança jurídica.
Ele defendeu mudanças na legislação trabalhista e criticou as diferentes interpretações de juízes da área. “Isso coloca o empreendedor com o pé atrás. Hoje, a justiça não é o fato de ter interpretações muito diferentes”, disse.
Andrade também defendeu a reforma fiscal com limite de teto dos gastos e da previdência. Ele disse que não há mais como aumentar impostos no país porque a carga tributária já é muito alta e a crise econômica impede maior arrecadação de impostos. Então, na visão do presidente da CNI, o único caminho é ter maior controle dos gastos públicos.
O presidente da CNI também defendeu que os governos federal e estaduais criem programas de reestruturação de dívidas das empresas e também renegociação de dívidas bancárias para empresas e consumidores.
Ele afirmou ainda que os economistas atualmente estão “mais otimistas que os empresários”, referindo -se a projeção de crescimento da economia em 2017 da própria CNI.
“Eu acho que é muito difícil crescer 0,5%”, disse. Para ele, se forem feitos novos investimentos, os resultados só aparecerão em 2018. Para 2017, Andrade espera por um ano de “estabilização” da economia.