sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Morte por leishmaniose em Votuporanga deixa região em alerta

A morte de homem de 40 anos por leishmaniose visceral, confirmada pela Secretaria de Saúde de Votuporanga, deixou a região de Rio Preto em estado de alerta para a doença….

A morte de homem de 40 anos por leishmaniose visceral, confirmada pela Secretaria de Saúde de Votuporanga, deixou a região de Rio Preto em estado de alerta para a doença.

A vítima, segundo a assessoria, além de ter contraído a doença tinha outros problemas de saúde, o que agravou o quadro clínico e provocou a morte. Em Rio Preto, neste ano, já foram confirmados cinco casos da doença em cachorros nos bairros Parque Industrial, Jardim Herculano e Condomínio Ana Clara, que fica no distrito de Engenheiro Schmitt.

A Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) durante fiscalização encontrou três vetores (mosquito palha) nos bairros Estância Jockey Clube e Jardim Estrela. Não há em Rio Preto, até o momento, registro da doença em humanos.

O mosquito palha é conhecido por apresentar características peculiares com cor castanha ou amarela e o corpo coberto por pelos. As larvas do inseto se criam na terra, em materiais em decomposição e locais sombrios com vegetação. Por isso, a importância da limpeza constante quintais e terreno. A veterinária Luciana Helaine Garcia aponta para os principais sintomas apresentados pelos cães.

“Os pets podem apresentar perda de apetite, emagrecimento crônico, prostração, crescimento acentuado das unhas, lesões e alterações de pele, com perda de pelos, conjuntivite, queda de pelo ao redor dos olhos, pelagem opaca, inchaço nos gânglios, seborreia, caracterizada por feridas que não cicatrizam nunca. Vale a pena lembrar que ao notar os primeiros sinais da doença no animal, uma visita ao profissional deve ser a primeira providência a ser tomada”, afirma a veterinária.

A veterinária ainda outro alerta sobre a doença nos animais. “A leishmaniose nem sempre apresenta sintomas em cerca de 20% dos pets infectados. No entanto, nos casos em que o problema se desenvolve, tanto os sintomas como as suas consequências podem ser bastante graves, e outras doenças imunes podem ser desencadeadas em função da complicação, podendo levar tanto cães como humanos à morte” afirma Luciana.

Apesar da gravidade, a leishmaniose visceral tem tratamento para humanos. Os principais sintomas e sinais clínicos da doença são febre irregular de longa duração (por mais de 15 dias), falta de apetite, emagrecimento, fraqueza e inchaço abdominal (causado pelo aumento do fígado e do baço, com o passar do tempo). Porém, no caso do tratamento em cães infectados, não há eficácia cientificamente comprovada no Brasil.

“Mesmo que os sinais clínicos desapareçam, os animais continuam transmitindo a doença, representando um risco à saúde de humanos e de cães sadios residentes nas proximidades. Dessa forma, o tratamento de cães foi proibido pela Portaria Interministerial nº 146/2008 e a realização da eutanásia é a única alternativa disponível para que esses animais deixem de representar um risco à saúde pública”, consta na nota da Secretaria de Saúde de Votuporanga.

Precauções

A transmissão da doença em humanos acontece quando a fêmea do mosquito pica o cão infectado e, posteriormente, o ser humano. Para evitar à procriação do mosquito a recomendação da Secretaria de Saúde é manter a casa e quintal sempre limpos. Recolher constantemente folhas de árvores, embalar o lixo corretamente, fezes de animais e restos de madeira, pois esses materiais acumulam umidade e favorecem a criação do mosquito palha.

“Os donos devem tomar o cuidado de adquirir uma coleira repelente, que liberta no animal uma substância de proteção conta os mosquitos e deve ser trocada a cada quatro meses para que sua eficácia seja mantida. A vacinação do seu cão, é uma das formas de prevenção, podendo ser realizada a partir dos quatro meses de idade. E claro, que toda vacinação não é 100% eficaz, então sempre indico fazer também a prevenção com repelentes ou coleiras”, ressalta a veterinária.

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