sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Seripa recolhe destroços, reúne documentos e ouve testemunhas

O processo de investigação iniciado pelos peritos do Seripa4 (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) vai contar com depoimentos de testemunhas, além de reunir documentos e fotos…

O processo de investigação iniciado pelos peritos do Seripa4 (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) vai contar com depoimentos de testemunhas, além de reunir documentos e fotos para apurar as causas da queda em Rio Preto do monomotor BeechBonanza, prefixo PT-DDB.

O piloto e os outros dois ocupantes do avião morreram no momento da queda. Por meio de nota, o órgão veiculado à Aeronáutica informou ainda que os investigadores, que chegaram ao local do acidente, na noite de segunda-feira, dia 9, retiraram partes da aeronave para serem analisadas. “A ação inicial é o começo do processo de investigação e possui o objetivo de coletar dados”, consta no documento.

O trabalho pericial se estendeu até a tarde de terça-feira, dia 10, quando amostras de combustível e partes da aeronave foram recolhidas. Todo material será enviado para análise minuciosa em São Paulo. Ainda não há prazo de conclusão do relatório final que poderá apontar de forma concreta os motivos que levaram a queda do monomotor.

Na queda, duas casas da rua da Noruega foram atingidas por partes da aeronave. Em um delas, parte da asa direita ficou no quintal. Já no outro imóvel, onde ficou a maior parte do avião (fuselagem e asa esquerda) os danos não comprometeram a estrutura da casa.

A Defesa Civil retornou nesta terça-feira, 10, e por precaução fez outra vistoria. “Os imóveis estão estruturamente intactos e não tem motivos para isolar ou interditar essas casas e retirar os moradores”, afirmou o diretor Carlos Lamin, responsável pela pasta.

Lamin também explicou que a remoção da aeronave não cabe a Defesa Civil ou o Estado – no caso, Corpo de Bombeiros –, mas pelo proprietário do avião ou a seguradora no caso de morte do responsável.

“A retirada da aeronave não será feita pelo Corpo de Bombeiros, pois eles não têm condições de realizar este tipo de serviço. Existe uma guarnição aqui para atender aos pedidos dos peritos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para ajudar nas buscas de evidência. Àsvezes é necessário serrar alguma parte do avião. A retirada da aeronave é de responsabilidade da família do proprietário ou seguradora. Sabemos que é um momento difícil, toda atenção está sendo voltada para o funeral das vítimas, mas nos próximos dias o avião deverá ser retirado”, explicou.

O último adeus

Amigos e familiares se despediram dos três ocupantes do avião na tarde de terça. O corpo do médico Allyson Lima do SantosVerciano, de 33 anos, seguiu em um voo fretado para Tangará da Serra (MT), onde moram familiares dele.Em Rio Preto, uma multidão de pessoas deu o último adeus ao piloto William RayesSark Pessoa e ao empresário Caique Costa Caciolato, 25. Ambos foram enterrados no cemitério Jardim da Paz.

Durante o sepultamento de Caciolato, familiares cantaram a canção da dupla sertaneja Zezé de Camargo & Luciano “No Dia Em Que Sai De Casa”. Um trecho da canção diz: “Eu bem queria continuar ali, mas o destino quis me contrariar e o olhar de minha mãe na porta, eu deixei chorando a me abençoar”. A mãe de Caique estava no enterro e não conteve as lágrimas.

O acidente

A queda do Bonanza aconteceu na tarde de segunda-feira, dia 9, no bairro Alto Rio Preto. Segundo informações ainda extraoficiais, o piloto fazia a aproximação para pouso quando, por motivos não esclarecidos, arremeteu.

Logo após, a aeronave curvou a direita e caiu no quintal de uma casa a aproximadamente 300 metros do eixo da pista. Os três ocupantes – piloto e os dois passageiros – morreram no local.

No imóvel estavam três pessoas que não tiveram ferimentos. O Corpo de Bombeiros foi acionado e as primeiras equipes, com apoio da Polícia Militar, isolaram o quarteirão por segurança, já que o combustível havia vazado e existia o risco de explosão.O local da queda fica cerca de 80 metros da Escola Municipal Meu Amor. Na hora da queda, mais de 100 alunos, crianças entre 4 e 5 anos, estavam na instituição de ensino.Com a situação sob controle, os corpos dos ocupantes foram retirados do interior do avião e levados ao Instituto Médico Legal (IML).

Regular

No site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), consta que o monomotor Bonanza, fabricado pela empresa norte-americana BeechAircraft está com a matrícula regular junto ao órgão.

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