quinta-feira, 19 de setembro de 2024
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CIGARROS ELETRÔNICOS: riscos, danos e intervenções

Atualmente, as companhias de cigarros fabricam aproximadamente 6 trilhões de cigarros por ano, consumidos por quase 20% da população mundial. Na primeira década deste século, mais de 43 trilhões de…

Atualmente, as companhias de cigarros fabricam aproximadamente 6 trilhões de cigarros por ano, consumidos por quase 20% da população mundial. Na primeira década deste século, mais de 43 trilhões de cigarros foram consumidos, e mais de 50 milhões de pessoas morreram devido a doenças relacionadas ao consumo de tabaco, a maioria delas vivendo em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (Inca, 2016; Silva et al., 2020).

Diante de tantas mortes, a indústria tabagista precisa repor seus clientes e tem nas crianças seu alvo principal. A indústria de tabacos sabe que o “primeiro contato com o cigarro é sempre ruim, devido ao efeito aversivo da nicotina e do sabor desagradável do tabaco” (AMB, 2023). Por isso, a inserção de aditivos nos produtos é fundamental para captar crianças, adolescentes e jovens, de forma a evitar a baixa tolerância desses consumidores à irritação causada pela fumaça. A incorporação de aditivos aos produtos de tabaco em cigarros convencionais e eletrônicos, conferindo sabores e aromatizantes, é estratégia habilidosa aplicada pela indústria do tabaco para mascarar o gosto ruim da nicotina, o odor desagradável do tabaco cru e a irritação provocada pelos produtos fumígenos (Fiocruz, 2023), servindo como atrativo para crianças, adolescentes e adultos jovens (AMB, 2023).

O sabor atraente e os aromas adocicados dão a falsa impressão de que a fumaça dos derivados de tabaco contendo aditivos são menos irritantes. A indústria de tabaco, ao tornar seus produtos mais palatáveis, consegue atrair novos consumidores. Além disso, os sabores e aromas adicionados facilitam a iniciação ao tabagismo, porque o “consumidor” faz associação positiva acerca dos produtos de tabaco (Fiocruz, 2023).

A captação de novos “clientes” é a razão por que a indústria tem introduzido ampla diversidade de aromas e sabores em cigarros, charutos, fumo para cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, kreteks, snus, bidis, tabaco para narguilé, rapé e e-liquids para dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) – é estratégia para tornar a população dependente de nicotina. Não considera os efeitos nocivos ou letais produzidos pelo vício de fumar e as implicações de riscos graves à saúde associados ao tabagismo, uma vez não existem níveis seguros de exposição aos agentes tóxicos que potencializam a probabilidade da dependência de nicotina e aumentam os riscos de doenças cardíacas, pulmonares e de cânceres. No Brasil, os produtos derivados de tabaco registrados trazem sabores variados: choco menta, menta cítrica, menta doce, maçã, berry, citrus, limão, uva, guaraná, coco, kiwi, laranja, hortelã, morango, chocolate, melão, melancia, abacaxi, açaí, bombom, manga, maracujá, pina colada, creme de morango, caramelo, banana, chiclete, mirtilo e pera (AMB, 2003).

O tabaco mata uma em cada três crianças que começam a fumar e, a cada ano, 6 milhões de pessoas morrem devido ao tabagismo. Prevê-se que, até 2030, as mortes por doenças tabaco-relacionadas ultrapassem 8 milhões por ano. Estima-se que o uso de tabaco tenha matado cerca de 100 milhões de pessoas ao longo de século XX e, até o final do século XXI, cerca de 1 bilhão de pessoas terão morrido (Eriksen et al., 2015; Inca, 2016; Silva et al., 2020). O tabagismo se torna, dessa forma, importante problema de saúde pública em âmbito mundial, sendo considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das principais causae mortis (causas de mortes) passíveis de prevenção (Inca, 2007; Knorst et al., 2014).

O tabagismo, amplamente reconhecido como doença crônica gerada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco, está inserido na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) da OMS, sob o código “T65.2 Tabaco e da nicotina” (Datasus, 1998; Almeida et al., 2020). Também está presente no ICD-11, adotado pela 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da OMS, concluída em 2019 e em vigor a partir de 11 de fevereiro de 2022 (Almeida et al., 2020; Rocha, 2022).

Existe grande variedade de itens derivados de tabaco nos mercados nacional e internacional, usados de diversas formas: fumado, inalado, aspirado, mascado ou absorvido pela mucosa oral, mas todos contêm nicotina, provocam dependência e aumentam o risco de contrair doenças crônicas não transmissíveis (DNCT). No Brasil, a forma predominante do uso do tabaco é o fumado (Inca, 2022).

O tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco são importantes fatores de risco para várias doenças, estando relacionados ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, dentre as quais vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório como enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e cardiovasculares como angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses. Outras doenças relacionadas ao tabagismo se incorporam às anteriores: úlcera do aparelho digestivo, osteoporose, catarata, patologias buco-dentais, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce e complicações na gravidez (Santos, 2021).

Anualmente, morrem mais de 8 milhões de pessoas (Aguiar et al. (2022): mais de 7 milhões dos óbitos são atribuíveis ao tabagismo ativo e 1,2 milhão ao tabagismo passivo. No Brasil, o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são responsáveis por 428 mortes diárias e aproximadamente 156 mil óbitos anuais, ou 428 mortes por dia (AMB, 2023). Em 2015, as doenças cardiovasculares e o câncer, que têm o tabagismo como importante fator de risco, foram a primeira e segunda causas de óbitos atribuíveis ao tabaco no país (Pimentel, 2022; AMB, 2023).

Alguns países, inclusive o Brasil, têm como meta reduzir a prevalência do tabagismo drasticamente. Em 2015, no Brasil, segundo inquérito telefônico da vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas Vigitel Brasil 2014, a proporção de fumantes era de 12,8% na população masculina e 9,0% na feminina (Brasil, 2015). Os cigarros correspondem a 92% do valor de todos os produtos derivados do tabaco vendidos no mundo, embora, com a conscientização crescente da população em relação aos malefícios à saúde causados pelo cigarro, a indústria do tabaco tenha procurado diversificar seus produtos, incluindo aqueles que não produzem fumaça: os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), ou cigarros eletrônicos (Inca, 2014, 2016).

O primeiro cigarro eletrônico foi patenteado por Herbert A. Gilbert na Pensilvânia, Estados Unidos, em 1963, com o objetivo de promover um método seguro e menos perigoso para fumar, substituindo a combustão do tabaco e do papel por vapor úmido saborizado, aquecido por uma bateria, embora não tenha sido comercializado devido à escassez de tecnologia disponível à época (Inca, 2016). O cigarro eletrônico apareceu no mercado no início do ano 2000, como opção mais segura em comparação com os cigarros convencionais, porque não precisava de combustão nem uso do tabaco (Chiaradia et al., 2023). Todavia, seu uso expõe o organismo humano a vários produtos químicos provenientes do próprio dispositivo (nanopartículas de metal) e daqueles produzidos pela vaporização contendo carcinógenos e substâncias citotóxicas, causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares. Além desses riscos, o cigarro eletrônico pode servir como introdutor de outros produtos derivados de tabaco, especialmente entre populações mais vulneráveis (adolescentes e adultos jovens), ou seja, o e-cigarro pode induzir a iniciação ao tabagismo convencional entre jovens que nunca haviam fumado anteriormente (Brasil, 2016; Barufaldi et al., 2021).

Os cigarros eletrônicos (E-cigarretes na nomenclatura inglesa) ou dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), também conhecidos como vapes, e-cigs ou e-cigarros são um tipo de cigarro mecânico-eletrônico, cujo funcionamento é simples (AMB, 2020; Correa et al., 2023). Em geral, são alimentados por bateria de lítio, têm espaço interno para a inserção do cartucho (refil) com a nicotina líquida em concentrações que vão de zero e 36 mg/ml ou mais em alguns casos (Inca, 2016) e outros aditivos. O atomizador aquece e vaporiza a nicotina a uma temperatura que pode atingir até 350°C (AMB, 2023). Durante a tragada, é ligado o sensor que aciona o microprocessador responsável por ativar a bateria e a luz de led, caso exista no modelo (Inca, 2016). Quando o fumante puxa o ar pelo cartucho, que contém a solução líquida (e-líquidos), o dispositivo eletrônico é acionado e o atomizador transforma a solução líquida em vapor. A fumaça expelida pelo fumante não tem cheiro, a não ser que use substâncias químicas (aromatizantes, essências, nicotina).
Como não provoca combustão, o vapor não produz monóxido de carbono nem alcatrão, substâncias liberadas pela queima do tabaco. A ausência de monóxido de carbono e alcatrão é o mais forte argumento usado pelos defensores do cigarro eletrônico. Usando-se tabaco, a fumaça libera alcatrão, que é mistura de mais de 4 mil substâncias, várias delas cancerígenas ou classificadas como resíduos tóxicos. Entre os malefícios produzidos pelo alcatrão (um dos componentes de maior toxicidade do cigarro convencional) estão a obstrução dos pulmões e perturbações respiratórias, dependência do tabaco e várias doenças associadas ao seu consumo, como câncer de pulmão e enfisema pulmonar (Rede…, 2023).

Os cigarros eletrônicos também criam dependência da nicotina, mesmo aqueles que não a contêm, e podem ser prejudiciais à saúde devido aos aditivos carcinogênicos e citotóxicos inalados, capazes de causar uma reação inflamatória no tecido pulmonar e propiciar lesão celular (AMB, 2020; Correa et al., 2023). Oliveira e Silva (2022) advertem que a quantidade de partículas presentes no e-cig e inaladas é superior às recomendações para a exposição ambiental a material particulado.

O cigarro eletrônico é produto destinado a entregar a nicotina na forma de aerossol, embora alguns desses dispositivos sejam comercializados também sem nicotina (Inca, 2022; AMB, 2023). A nicotina dos DEFs passa por um processo de limpeza, isto é, de remoção de impurezas e de outras substâncias químicas presentes nas folhas de tabaco (Inca, 2016). Teoricamente, isto significa uma nicotina mais limpa: os DEFs são aparelhos inicialmente “desenvolvidos com a proposta de entregar uma nicotina mais limpa, por não passar pelo processo de combustão, na forma de aerossol” (Correa et al., 2023). Na prática, porém, a maioria dos E-cigarretes disponíveis no mercado não mantém um padrão de controle. O Inca (2016, p. 14) admite que as “empresas de tabaco estão cada vez mais interessadas nos […] cigarros eletrônicos, como alternativa para a cessação do tabagismo ou a redução de danos”.

Os usuários de cigarro eletrônico em forma de pen drive (com nicotina) manifestam sinais de severa dependência, nunca observada anteriormente em usuários contumazes de cigarros tradicionais (AMB, 2023). Nos primeiros modelos de DEF, as concentrações de nicotina variavam entre 0,2 a 2 mg/ml, equivalente a 2.4% (Fraga, 2018). No DEF em formato de pen drive, a concentração de nicotina avança para 59 mg/ml (5%) propiciando intenso e rápido prazer, o que gerou uma explosão nas vendas (aumento de 600% em 2016 e 2017), tornando-se o produto dominante do mercado de DEF nos Estados Unidos (AMB, 2023).

Existem posições divergentes entre os países, não havendo consenso em relação às políticas públicas de saúde referentes ao comércio e uso dos DEFs. O Inca (2016) tece considerações sobre venda, uso, propaganda, normas e dispositivos legais assumidos por alguns países. Para exemplificar, Noruega, Argentina, Colômbia e Singapura proíbem a comercialização; Austrália não apoia o uso do DEF nem prevê tratamento; o Canadá alerta a população a não fazer uso por falta de análise de quesitos de segurança, eficácia e qualidade. Alguns países, como Áustria, Dinamarca, Alemanha, Hungria, Portugal, Romênia e Suécia consideram os cigarros eletrônicos como medicamentos (Inca, 2016). Outros, como Nova Zelândia, têm regulação parcial (uso terapêutico, v.g.); Bulgária, República Checa, Itália e Espanha têm legislação de segurança desses produtos; nos Estados Unidos, o uso, venda e propaganda são permitidos, mas há regulações diversas em alguns estados (Inca, 2016).
Os jovens compõem a população mais sujeita a modismos e novidades: os dispositivos eletrônicos para fumar os atraem e lhes agradam até pela aparência com formato de cigarros, canetas e pen drives. Representam a grande maioria dos seus consumidores: passam a conhecer o cigarro por meio dos dispositivos eletrônicos, adquirem o hábito de fazer uso deles e, posteriormente, têm grande chance de passar a consumir o tabaco tradicional. Ao invés de afastar o cigarro convencional, o cigarro eletrônico serve de porta de entrada para uso do tradicional (Oliveira et al., 2022).

Como esses dispositivos contêm aditivos com sabores variados, aromas agradáveis e poucos incômodos (Inca, 2022), são capazes de atrair, principalmente, a população jovem e disfarçar o perigo da nicotina e das substâncias tóxicas presentes nos vapores liberados, inclusive em concentrações superiores às encontradas nos cigarros convencionais (AMB, 2023). Por aparentarem uma tecnologia atrativa, os e-cigs tornaram-se uma febre entre os jovens e são vendidos e utilizados até em ambientes fechados, burlando a lei vigente de proibição de uso no País (Inca, 2022). Ademais, conforme orientação do Ministério da Saúde, muitos usuários acreditam que o “cigarro eletrônico pode ser usado como tratamento para a dependência do cigarro convencional, o que é uma informação inverídica” e, embora o usem sem “qualquer constrangimento em ambientes públicos, muitos nem sabem que esses dispositivos não são legalizados no Brasil” (MS, 2022). Os especialistas (médicos, pneumologistas, toxicologistas etc.), contudo, preferem adotar precaução e alertam para possíveis malefícios (Rede…, 2022).

Em 2009, a Anvisa, por meio da Resolução da Diretoria Colegiada RDC n. 46, proibiu a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, tanto como substituto a cigarro, cigarrilha, charuto e cachimbo, quanto como alternativa ao tratamento da cessação do tabagismo e à redução de danos, uma vez que não havia, até então, estudos toxicológicos e testes científicos específicos que comprovassem essas finalidades (Brasil, 2009, 2021). A normativa é bem clara quando proíbe o uso de quaisquer dispositivos eletrônicos em substituição ao cigarro no hábito de fumar ou como alternativa no tratamento do tabagismo – e já se vão mais de dez anos desde que os cigarros eletrônicos foram proibidos no Brasil.

Reavaliando a decisão sob o ponto de vista técnico, a Anvisa aprovou, em 6 de julho de 2022, o Relatório de Impacto Regulatório (AIR DEF) sobre os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (Anvisa, 2022). O documento aponta para a necessidade de se manter a proibição de todos os tipos de dispositivo e recomenda a adoção de medidas adicionais para coibir o comércio irregular destes produtos, como o aumento das ações de fiscalização e a realização de campanhas educativas (Anvisa, 2022). Com esta medida, o Brasil faz parte de um grupo de 32 nações que vetam o comércio do produto, como é o caso de países como México, Índia e Argentina. Outras 79 nações, como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, liberaram com diferentes graus de restrição, conforme relatório da OMS de 2021 (Who, 2021).

O Relatório da OMS sobre a epidemia global do tabaco, abordando produtos novos e emergentes, emitiu alertas como: “Os Sistemas Eletrônicos de Administração de Nicotina (ENDS) são viciantes e provocam danos. Os ENDS devem ser rigorosamente regulamentados para máxima proteção da saúde pública. Crianças e adolescentes usuários de ENDS podem dobrar o risco de fumar” (Who, 2021, p. 2-6; tradução livre). Alerta especial também é dirigido às indústrias produtoras de cigarros, entre eles, o cigarro eletrônico: “Os esforços de controle do tabaco devem continuar centrados na redução do consumo e evitar distrações criadas pelas indústrias do tabaco e [outras] relacionadas” (tradução livre). O alerta propõe o seguinte acróstico: “MPOWER: Monitor tobacco use and Prevention policies, Protect people from tobacco smoke, Offer help to quit tobacco use, Warn about the dangers of tobacco, Enforce bans on tobacco advertising, promotion and sponsorship, Raise taxes on tobacco”, em tradução livre: “MPOWER: Monitorar o uso do tabaco e Políticas de prevenção, Proteger as pessoas da fumaça do tabaco, Oferecer ajuda para parar de fumar, Alertar sobre os perigos do tabaco, Aplicar proibições à publicidade, promoção e patrocínio do tabaco, Aumentar os impostos sobre o tabaco” (Who, 2021, p. 8).

É também proibido o uso dos DEFs em ambientes coletivos fechados, pois se trata de produto fumígeno (Inca, 2022), cujas “emissões são aerodispersoides e possuem componentes químicos que são potencialmente danosos à saúde e ao meio ambiente” (Anvisa, 2023, p. 2). É importante não se render a “modinhas” – comportamento muito comum entre jovens. O foco é informar-se dos riscos e saber que comercialização, importação e propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas pela Anvisa (Inca, 2022; Anvisa, 2023). Afinal, “não apenas o uso do equipamento como se apresenta, mas também o grau de liberdade para acréscimo de outras substâncias no cartucho de nicotina tornam completamente desconhecidos os riscos à saúde pública inerentes ao produto” (Rede…, 2023, p. 6).
Os usuários de produtos de tabaco se expõem continuamente a cerca de 4.700 substâncias tóxicas, sendo muitas delas, em torno de 60, cancerígenas para o homem, que também contrai outras doenças limitantes e fatais. Tal exposição faz com que o tabagismo provoque um forte impacto negativo na qualidade de vida dos fumantes, além de estar vinculado a mais de 20 tipos de câncer, sendo o mais importante fator de risco isolado de doenças graves e letais (Inca, 2023).
O tabaco responde por milhões de mortes anuais. Somente em 2017, o uso tabaco foi responsável por cerca de 8 milhões de óbitos (Aguiar et al., 2022) e, apesar da retração dos índices de uso, as consequências associadas ao tabaco influenciam fortemente as taxas de óbitos e morbidade atuais, porque seus efeitos deletérios também surgem em longo prazo. Este é o motivo por que a OMS se esforça para reverter a epidemia do tabaco em compromissos acordados globalmente: a proposta é que se atinja, em cada país, uma redução no consumo de tabaco de 30% até 2025 (Who, 2021).

Recentemente, complicações pulmonares associadas ao uso dos e-cigarros começaram a ser observadas: tosse crônica, sintomas de bronquite, aumento da morbidade por asma e a recente e grave entidade respiratória EVALI (Lesão Pulmonar Associada a produto de Vaping ou Cigarro Eletrônico). Adolescentes e adultos jovens tendem a ser especialmente suscetíveis às injúrias pulmonares e à piora do status respiratório causadas pelo uso do dispositivo (Chiaradia et al., 2023). Os danos não parecem restritos aos pulmões, mas também impactam o sistema cardiovascular com aumento do risco de trombose, aterosclerose e atividade simpática.

As evidências mundiais mostram que o uso de cigarros eletrônicos com nicotina aumenta o risco de danos à saúde, como envenenamento, convulsões, dependência, traumas e queimaduras (por explosões), doenças cardiovasculares e respiratórias, e danos ambientais (aumento de material particulado contendo substâncias potencialmente cancerígenas no ar em ambientes internos), incêndios, explosões e resíduos ambientais (dispositivos, cartuchos de e-líquido, cápsulas e e-líquidos com substâncias tóxicas) (Eriksen, 2015; Inca, 2022; Oliveira et al., 2022). Os e-líquidos “contêm, pelo menos, 60 compostos químicos, mas o aerossol de cigarro eletrônico contém ainda mais quarenta” (AMB, 2023, p. 5).

Esses aparelhos se associam, cada vez mais, a inúmeras doenças gastrointestinais, orais e respiratórias, entre elas uma nova doença causada pelo uso dos vaping (ato de fumar cigarros eletrônicos), conhecida como E-cigarette, or vaping, product use–associated lung injury (EVALI), ou Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico (Morais; Natário; Araújo, 2022; Correa et al., 2023), descrita pela primeira vez, em 2019, nos Estados Unidos. A Evali ocorre quando os vasos que transportam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando paralisia da área cerebral que permaneceu sem circulação sanguínea: trata-se, pois, de um déficit temporário ou definitivo provocado por alteração da circulação sanguínea no cérebro danificando uma ou mais partes (Oliveira et al., 2017). A maioria dos casos de EVALI ocorre em homens, adultos jovens, com idade média entre 19 e 27 anos. Seus sintomas respiratórios consistem em tosse, dispneia, dor no tórax, hemoptise (sangue do trato respiratório eliminado pela tosse) e outros sintomas como febre e calafrios. A pior complicação, porém, ocorre quando a lesão evolui para insuficiência respiratória hipoxêmica que, na maioria das vezes, exige ventilação mecânica, ou seja, suporte ventilatório (Brasil, 2013; Oliveira et al., 2022).

A Evali pode apresentar traços de acidente vascular encefálico (AVE/AVC) ou levar à morte (Santos et al., 2022). É doença incapacitante, de alta morbimortalidade, que atinge cada vez mais pessoas jovens (Brandão; Lanzoni; Matos Pinto, 2023). Alguns sinais e sintomas associados à Evali incluem: alterações fisiopatológicas de doenças pulmonares (pneumonia eosinofílica aguda, hemorragia alveolar difusa e pneumonite de hipersensibilidade); sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos e dor abdominal), sintomas como febre e mal-estar; presença frequente de taquicardia, taquipneia (respiração acelerada), hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue); efeitos fisiológicos adversos imediatos semelhantes ao tabagismo tradicional, aumento da resistência ao fluxo de ar e diminuição do óxido nítrico. Logo, devem-se considerar tanto efeitos fisiopatológicos, quanto impactos biopsicossociais à saúde, especialmente entre os jovens envolvidos no consumo do cigarro eletrônico.

O uso do tabaco é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas, alterações sistêmicas e agravamento de doenças; produz dependência à nicotina, reduz a resposta imune e inflamatória e aumenta, significativamente, a incidência de neoplasias. Fumantes apresentam maior risco de morte por ataque cardíaco que os não fumantes (Oliveira; Silva, 2022). Scholz e Abe (2019) alertam que o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo, mesmo em sujeitos com baixo consumo e em tabagistas passivos. Embora o e-cigarro não exponha o fumante ao monóxido de carbono por não ter combustão, outros elementos entram para os malefícios como a nicotina, produtos químicos inalados pelo usuário (“e-líquidos”), o que leva a alterações na fisiopatologia das doenças cardiovasculares fatais e não fatais.

No trato respiratório, embora em curto prazo os DEFs não apresentem alterações significativas na função pulmonar, seus efeitos de longo prazo são deletérios (Aguiar et al., 2022). É certo, porém, que os usuários dos cigarros eletrônicos têm um risco maior do que os não fumantes de desenvolver câncer de pulmão e bexiga e doenças cardíacas (Oliveira et al., 2022). Veloso et al. (2022) admitem uma associação entre aumento de doenças respiratórias e exposição aos e-cigs: redução do fluxo de ar e do óxido nítrico exalado, aumento da temperatura do ar expirado; sintomas gastrointestinais e quadro clínico variável (dispneia e desconforto respiratório agudo). Ressalta-se que os aromatizantes com nicotina “induzem o aumento da atividade inflamatória nas células epiteliais pulmonares” de bronquíolos e alvéolos e inviabilizam a homeostase do sistema respiratório (Veloso et al., 2022, p. 51). Mais grave se torna o quadro clínico quando o fumante apresenta lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico (EVALI), com necessidades aumentadas de oxigênio, opacidade bilateral do espaço aéreo e sintomas gastrointestinais, e outros sintomas como dispneia leve e quadros graves de desconforto respiratório agudo.

Entende-se como equivocada a introdução, no mercado, do dispositivo eletrônico para fumar (DEF) como alternativa ao cigarro convencional, mesmo porque o Ministério da Saúde veda sua comercialização, importação, propaganda e quaisquer acessórios e refis destinados ao uso em qualquer dispositivo eletrônico para fumar (Brasil, 2009, 2021). O cigarro eletrônico contém agentes psicoativos, solventes e compostos saborizantes, todos com potenciais riscos à saúde, sendo a nicotina o principal deles, mais comum e altamente viciante (Inca, 2016; AMB, 2023; Chiaradia et al., 2023). A nicotina atua como estimulante no sistema nervoso central e causa a dependência do indivíduo tem em relação ao tabaco: “Trocar o cigarro convencional pelo eletrônico por esse motivo é trocar seis por meia dúzia” (Rede…, 2023, p. 19). O Inca (2022, p. 1) é categórico: os “dispositivos eletrônicos para fumar também matam”.

Uma vez instalada, a dependência do cigarro eletrônico demanda acompanhamento especializado, a exemplo da dependência provocada pela nicotina do cigarro convencional, pela ingestão de bebida alcoólica, consumo de cocaína, maconha e crack. Mesmo que os danos e malefícios apareçam em longo prazo, além dos problemas físicos imediatos como doenças pulmonares (enfisema pulmonar, infecções, doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC e outras) e cardiovasculares (infartos, AVC, anginas, tromboses), os riscos à saúde mental são evidentes. Os danos psíquicos repercutem como tontura, dor de cabeça, tremores, ansiedade, irritabilidade, e demandam assistência médica e psicológica com acompanhamento interrupto, ou seja, quem não faz uso do cigarro (convencional ou eletrônico), por segurança, deve manter-se longe dele (Brasil, 2013; Inca, 2017).

O acompanhamento psicológico origina-se da necessidade da manutenção do equilíbrio mental, do abandono da prática, porque a nicotina causa sintomas de abstinência e pode gerar fissuras como sintoma de alta dependência (AMB, 2023). Apesar dos seus conhecidos efeitos deletérios, poucos indivíduos deixam o tabaco em definitivo, mesmo com tratamento farmacológico e psicossocial disponível, cujo processo de cessação demanda persistência e acompanhamento de psicólogo especialmente ante o insucesso de tentativas prévias (Bizarro; Peuker; Castro, 2016).

Embora os fabricantes garantam que os cigarros eletrônicos são livres de aditivos químicos, como benzeno e alcatrão (substâncias comprovadamente cancerígenas), não se tem qualquer garantia de que seu uso auxilie na cessação do tabagismo nem isente o fumante dos prejuízos à saúde. O cigarro eletrônico não provoca apenas dependência no hábito de fumar, mas vem acompanhado de dependência psicológica e comportamental, porque os níveis de nicotina presentes no cigarro eletrônico são suficientes para os tornarem nocivos (Oliveira et al., 2021).

Cerca de 70% dos fumantes querem parar de fumar, mas poucos conseguem ter sucesso ou necessitam, em sua maioria, de várias tentativas (5 a 7) antes de abandonarem o vício. A dependência à nicotina é o maior entrave, porque evoca uma desordem mental complexa, difícil de ser superada. A motivação para deixar o hábito influi fortemente na cessação do tabagismo, já que pode estar inter-relacionada a uma “gama de variáveis hereditárias, fisiológicas, ambientais e psicológicas” (Rondina; Gorayeb; Botelho, 2007, p. 593). Na cessação do vício, além da motivação, o fumante terá de vencer algumas dificuldades do processo, como a intensidade da síndrome de abstinência (que contribui para a manutenção do vício), o desconforto pela ausência do cigarro em determinados momentos (ao levantar, após tomar café ou comer, v.g.), a compulsão aumentada, irritabilidade ou ira, agitação, sensação de sonolência ou embotamento, reações de hostilidade e mesmo transtornos de depressão e ansiedade – todas reações que requerem intervenções psicológicas e comportamentais.

Magalhães e Andrade (2023) elegem um aspecto importante a ser observado: o processo de fumar altera o metabolismo e o organismo como um todo e provoca alterações instantâneas. Isto significa que, quando se tenta reduzir ou cessar o hábito, o fumante incorre na síndrome de abstinência do tabaco, que gera efeitos fisiológicos e psicológicos (como problemas gastrointestinais, fome, ganho de peso, aumento do desejo de fumar, déficit de concentração, dor de cabeça, ansiedade, depressão).

A abstinência do uso de tabaco (cigarro convencional ou eletrônico) é o maior entrave para quem deseja livrar-se do hábito de fumar. A nicotina é considerada uma substância psicotrópica, estimula o Sistema Nervoso Central que libera hormônios, neurotransmissores e neurorreguladores (Silveira et al. 2021). Quando o fumante inicia a cessação, experimenta a síndrome da abstinência, com sintomas da dependência psíquica e comportamental da nicotina (irritabilidade, humor disfórico, fissura ou craving – desejo intenso de fumar), que pode perdurar por meses após abandonar o cigarro.

A dependência psicológica vincula-se ao significado que o cigarro tem na vida da pessoa e se relaciona a fatores intrínsecos de personalidade (busca de experiências novas e estimulantes), na tentativa de minimizar sentimentos negativos (Inca, 2016; AMB, 2020) e fatores subjetivos, emocionais e condições sociais (França et al., 2015), diante de uma cognição distorcida em que o fumante crê na capacidade de o cigarro acalmá-lo ou ampará-lo em momentos de tristeza e luto e servir, p.e., como distração nos momentos de solidão (Inca, 2016). A dependência comportamental ocorre com associações entre a rotina e o cigarro: como provoca prazer, a nicotina se torna um reforço positivo no organismo e produz preferências expressas por ações como pegar o cigarro, levá-lo à boca, acendê-lo, tragá-lo, fumar após o café, como se tudo compusesse um ritual (Inca, 2016). Para Silveira et al. (2021), estas ações, rotineiras, repetidas, servem de gatilho para manutenção do vício e de evitação dos sintomas de abstinência, o que dificulta a cessação.

França et al. (2015) reforçam que o processo de cessação do tabagismo está associado a diferentes aspectos, como grau de dependência química, sintomas de abstinência, tempo de acompanhamento do paciente em tratamento multiprofissional. Para Bizarro, Peuker e Castro (2016, p. 2), estratégias autorregulatórias, cognitivas e comportamentais podem ser decisivas no manejo e enfrentamento de situações de risco para fumar, da fissura pelo cigarro e dos sintomas desagradáveis da abstinência de nicotina (presente em cigarros convencionais ou eletrônicos), preferivelmente, com acompanhamento de um psicólogo, que é o profissional capaz de favorecer melhores resultados na manutenção prolongada da abstinência, no processo de cessação do tabagismo, reforçando a probabilidade de não fumar e diminuindo o risco de recaída.

A dependência de tabaco ou dos e-cigarros é doença crônica, requer tratamento multidisciplinar, combinando farmacoterapia, intervenções psicológicas e estratégias comportamentais, com alta possiblidade de sucesso. Todavia, a intervenção psicológica evidencia maior taxa de sucesso na cessação tabágica do que a intervenção isolada por fármaco, porque compreende a motivação do fumador para cessar de fumar, ou seja, o psicólogo pode auxiliar o fumante a compreender seu estádio da motivação para a mudança e realizar adaptações das intervenções para cada estádio, de forma peculiar e bem direcionada.

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