Apresentou-se hoje (30) à polícia acompanhado de advogados o homem acusado de assassinar o funcionário de uma fazenda perto de Pontes Gestal na última sexta-feira (27).
Ele também trabalhava na propriedade como retireiro e alegou ter agido em legítima defesa após ameaça de morte e agressões. Segundo ele, as armas utilizadas no crime eram da própria vítima.
O autor do crime revolveu se entregar e se diz arrependido. Ele trabalhava na fazenda arrendada por um médico de Votuporanga havia cinco anos, mas contou que desde a contratação do outro funcionário, há cerca de 10 meses, notou dificuldade de relacionamento pelo temperamento agressivo da vítima do assassinato, tendo pedido demissão para evitar confusão e estava de mudança da propriedade.
Ele alegou ainda que na noite do crime levou socos da vítima em um bar em Pontes Gestal. Após isso voltou para a fazenda e pegou a espingarda que pertencia à vítima para jogar no rio, mas alegou ter sido surpreendido pelo outro homem, que partiu pra cima dele com um facão, quando atirou duas vezes.
Ainda de acordo com o réu confesso, mesmo ferido “Doido” – como tratava a vítima – teria entrado em luta com ele, quando então conseguiu pegar o facão e dar vários golpes e abandonado as armas ao lado do corpo caído. A espingarda tinha apenas dois cartuchos.
Na noite do crime o homem fugiu em um carro e se escondeu em uma roça até a chegada do outro dia, quando continuou a fuga e se escondeu em um canavial mais longe, onde resolveu se entregar. Após o depoimento policial o homem foi liberado para aguardar decisão da justiça. Ele deve responder por homicídio qualificado, mas a denúncia formal depende de manifestação da promotoria. O processo criminal deve tramitar pela comarca de Paulo de Faria.
HUMILHAÇÃO E DESAFOROS
A legítima defesa é uma das teses de defesa, segundo um dos advogados do autor, Douglas Teodoro Fontes. De acordo com o depoimento do retireiro, a vítima exibia tatuagens e dizia “já ter matado um” e se precisasse mataria outro pra voltar pra cadeia, além de fazer outras intimidações e ameaças ao funcionário mais antigo da fazenda.
