sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Patrocinador do BBB, Kwai está infestado de conteúdo para pedófilos

O Kwai, popular aplicativo de compartilhamento de vídeos, está sendo denunciado devido a falhas em sua moderação de conteúdo, permitindo a disseminação de vídeos e comentários que sexualizam crianças e…

O Kwai, popular aplicativo de compartilhamento de vídeos, está sendo denunciado devido a falhas em sua moderação de conteúdo, permitindo a disseminação de vídeos e comentários que sexualizam crianças e adolescentes.

É o que aponta o Núcleo Jornalismo em uma matéria desta quarta-feira (24). A negligência da plataforma possibilita a distribuição de material explícito de abuso sexual de menores, tornando-se um ponto de encontro para aqueles interessados nesse tipo de conteúdo.

Para chegar a essa conclusão, a reportagem conduziu testes na plataforma ao longo de dois meses, utilizando dois perfis diferentes, e uma terceira rodada de testes foi realizada sem contas logadas. Os resultados apontaram para uma falta de moderação persistente, indicando que a situação se agravou desde a última análise feita em julho de 2023.

O Kwai, que se diz que têm mais de 48 milhões de usuários no Brasil, enfrenta uma investigação do Ministério Público Federal (MPF), que foi instaurada em 18 de janeiro de 2024. A suspeita é de que o aplicativo esteja promovendo conteúdos irregulares para ganhar seguidores, cliques e engajamento, incluindo a exposição indevida de menores.

A rede social que patrocina a edição 24 do Big Brother Brasil, da TV Globo, e patrocinou A Fazenda, da Record, em 2023, também enfrenta acusações de tentativa de manipulação das eleições em 2022. Uma denúncia da Revista Piauí apontou que o app fez intervenções ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então candidato de extrema-direita ao pleito.

Os testes do Núcleo revelaram que vídeos sexualmente sugestivos de influenciadoras mirins são exibidos para novos usuários, operando como uma camada inicial de materiais abusivos. À medida que a utilização da plataforma se intensifica, recomendações e links para conteúdos explicitamente abusivos se tornam mais prevalentes.

Segundo uma ex-assistente social e perita judicial, os vídeos analisados pelo Núcleo constituem clara exploração sexual de menores, podendo resultar em investigação pelo Ministério Público por violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Ex-funcionários do Kwai acusam a plataforma de financiar a produção de conteúdos com violência contra mulheres e exposição indevida de crianças e adolescentes. A Safernet, ONG que combate crimes na internet, destaca que o algoritmo do Kwai pode estar orientado para atribuir relevância a conteúdos inapropriados.

Em sua defesa, o Kwai afirma contar com mecanismos de segurança operando 24 horas por dia, combinando análise humana e inteligência artificial para identificar e remover rapidamente conteúdos impróprios. No entanto, a reportagem identificou a persistência de links para conteúdos abusivos, mesmo após a notificação da plataforma.

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