sábado, 21 de setembro de 2024
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Mulher acusa PM de agredi-la com madeirada na frente dos filhos

Uma mulher acusa policiais militares (PMs) de xingá-la de “vagabunda”, algemá-la sem motivo e usar um pedaço de madeira para agredi-la na frente de três filhos, em Botucatu, no interior…

Uma mulher acusa policiais militares (PMs) de xingá-la de “vagabunda”, algemá-la sem motivo e usar um pedaço de madeira para agredi-la na frente de três filhos, em Botucatu, no interior paulista, na última segunda-feira (5/2). Após o episódio, a vítima diz que tem sofrido ameaças e precisou sair da cidade.

Bruna Scaline Santos, de 37 anos, relata que ficou com hematomas pelo corpo e no olho direito e diz que “quase perdeu a visão”. Vídeo da ocorrência, feito por vizinhos, mostra o momento que a mulher está algemada, já no chão, com um PM sobre ela.

A cena aconteceu na presença de três dos cinco filhos de Bruna, que têm 5, 8 e 9 anos, de acordo com a vítima. A pancada que ela levou no rosto teria sido após o momento gravado pelas testemunhas. Ela não fez exame de corpo de delito, mas registrou as lesões no olho dias após o episódio.

Segundo Bruna, os agressores pertencem ao 12º Batalhão – a mesma unidade da PM envolvida no caso de um agente que foi filmado dando um chute no rosto de um homem caído no chão na madrugada anterior.

Xingamento e agressão
Bruna conta que estava em casa, preparando o jantar das crianças, quando saiu para avisar a uma vizinha do conjunto habitacional que o filho da colega, de 12 anos, estava brincando na sua casa.

Na casa da amiga, a mulher diz que foi avisada que PMs estavam fazendo buscas no local. “Mas eles não podem entrar na casa de ninguém sem autorização”, teria dito a mulher. Foi quando um dos policiais a teria xingado de “vagabunda”.

Bruna diz que o PM perguntou se ela sabia “com quem estava falando” e dito: “Quem manda aqui sou eu”. Já em uma área comum do conjunto habitacional, os dois teriam começado a discutir, o PM a encurralou em uma parede e desferiu dois golpes na região do tórax, segundo a vítima.

A mulher relata que tentou reagir, caiu e foi algemada. “O policial ficou pisando no meu tórax, onde tenho um tumor, e ficou muito machucado, diz ao Metrópoles.

Ao ser empurrada contra a parede, Bruna teria batido em um suporte de orquídea, que quebrou. Foi essa madeira que o PM teria usado para agredi-la no rosto. “Eu desmaiei na hora”, afirma.

Ameaça
Ela afirma que foi conduzida depois para a delegacia, sob alegação de ter cometido crimes de “resistência” e desobediência”. Depois, ela foi encaminhada para o Hospital das Clínicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu.

Ainda de acordo com a vítima, o PM disse na delegacia que ela teria tentado tomar sua arma – o que Bruna nega.

Bruna procurou o 12º Batalhão para prestar queixa da ocorrência. Segundo afirma, ela passou a sofrer ameaças de um agente do batalhão para desistir da denúncia e decidiu sair da cidade.

“Eu quase perdi a minha vista, meu olho está torto e os meus filhos viram tudo”, afirma. “É muito triste ter que passar por tudo isso. Estou com medo, mas não vou retirar a queixa. Até quando a gente vai ficar aguentando que essas coisas aconteçam?”.

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou, por meio de nota, que um inquérito policial militar foi instaurado para apurar todas as circunstâncias relativas aos fatos.

Segundo a pasta, “durante operação em conjunto com os órgãos de segurança no último dia 5, em Botucatu, uma mulher foi detida por desacato e resistência”. A secretaria não confirmou a identidade dela e disse que um boletim de ocorrência foi registrado pela Delegacia Seccional de Botucatu.

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