O boquejador deputado federal Jair Bolsonaro quase sempre foi motivo de ira, desprezo ou riso nos mais de 20 anos de mandato consecutivos, em Brasília. Virou presidente da República. Michael era só mais um entre os “five” da família Jackson. Davi era o mais feio, franzino e até bobão dos filhos de Jessé, mas é até hoje o maior rei da história de Israel.
Galã, bonitão, talentoso. Fábio Assunção era uma promessa da televisão e do cinema.
Christopher Reeve foi o Super Homem mais famoso da história.
Dilma, Lula, Dirceu, Palocci, Renan, Sarney eram… Eram.
A vida é implacável e o tempo confirma, mesmo que demoradamente, que não há eternidade nem perenidade para a matéria humana, a história nem a moral para quem se põe acima dela e para os que se opõem a ela. Mas é complacente e bondosa para quem tem nela valor real e objetivos.
A história não deixa para traz nada sem função e finalidade. As falácias de Bolsonaro convenceram os brasileiros, por exemplo. As promessas de Lula e Dilma também. O tempo, sim, vai provar os meios e fins de cada um. Foi assim com Michael Jackson. Será assim com todos.
Diz a Bíblia que não se pode saber a origem e o destino do vento e que a vida do homem é como nuvem. Com as finalidades não. Elas sempre existem e podem ser percebidas e entendidas no começo de todas as coisas. Conversas demais levam a controvérsias. Promessas demais conduzem à decepção.
Reeve era super. Morreu como homem. Fábio era galã. Virou meme. Um não era uma coisa nem o outro, outra. Eram apenas escravos do tempo e da vida, como eu, como você.
Davi era predestinado desde a barriga da mãe, mas só foi saber disso na velhice. Ainda bem. Deu tempo.
Valdecir Cremon é jornalista. Coordenador de jornalismo do Grupo RCN de Comunicação, Três Lagoas (MS)