O Ministério Público do Espírito Santo denunciou, nesta quinta-feira, 20, por dano moral coletivo, o pré-candidato a vereador do PSL Pedro Teodoro dos Santos. O órgão ainda pede uma indenização de R$ 300 mil do homem, que foi até a casa da menina de 10 anos estuprada pelo tio e ficou grávida, no município de São Mateus, no Espírito Santo.
O homem ainda divulgou em suas redes sociais o nome da menina, que é protegido por questões de segurança, em uma campanha de “hashtag” para a criança não abortar.
A ação, assinada pelo promotor Fagner Rodrigues, diz que Teodoro teve acesso “de forma ilegal” aos detalhes do caso da criança, “cuja família optou por realizar a interrupção da gravidez decorrente dos atos de violência sexual”.
Um vídeo obtido pelo UOL mostra Teodoro dentro da casa da menina, rezando após a abordagem, enquanto a avó da criança passa mal e é amparada por outros familiares. O homem foi ao local com integrantes do “Projeto Família Cristã”, fundado por ele, e em um veículo adesivado com lemas de sua campanha.
Na denúncia, o MP afirma que Teodoro se dirigiu ao endereço da família da vítima, no dia 15 de agosto, “onde promoveu terror psicológico na responsável pela vítima a fim de que esta mudasse sua decisão a respeito do aborto legal”.
“No dia seguinte, não satisfeito, ao saber que o procedimento médico seria realizado em outro estado, divulgou o nome da vítima em suas redes sociais seguido dos dizeres Todos a favor da vida me ajudem a levantar a # acima! Não se paga um mal, cometendo outro maior ainda!”, diz o promotor.
A família registrou um boletim de ocorrência na polícia contra o homem, do qual o UOL teve acesso. Nele, um familiar da menina diz que a família foi surpreendida pelo presença do homem dizendo que iria prestar assistência à família, quando esta já estava assustada com a repercussão que o caso tomou.
O familiar declarou que Teodoro pressionou psicologicamente a avó, dizendo que a mesma seria responsável por qualquer coisa que acontecesse com a menina. O filiado do PSL também teria colocado áudios para a família ouvir de médicos afirmando que, se a vítima abortasse, ela também correria risco de vida.