O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), esteve em Caldas Novas, principal cidade turística de Goiás, na manhã deste sábado (29), para a inauguração de uma usina de energia fotovoltaica em um complexo de hotéis. Sem usar máscara ao chegar ao local, ele caminhou por uma multidão, quando cumprimentou e tirou foto com apoiadores. Logo depois, ao subir escadas que davam acesso ao palco, o presidente tropeçou, se levantou, acenou à plateia e seguiu para discursar.
O evento acabou ao meio-dia. Em seguida, o presidente retornou para Brasília de helicóptero, após ficar na cidade por três horas, segundo a assessoria da presidência. Na maior parte da visita, ele não usou máscara.
Em 20 de julho, o município de Caldas Novas editou um decreto que obriga cidadãos e turistas a usarem máscaras dentro da cidade. No entanto, não está previsto o pagamento de multa nem qualquer outra punição para quem descumprir a medida. Segundo a assessoria da prefeitura, a ação é mais educativa do que punitiva.
Bolsonaro chegou à cidade por volta das 9h30, ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Eles saíram de helicóptero da capital do país, pousaram no aeroporto de Caldas Novas e chegaram de carro à usina.
O presidente chegou ao local do evento por volta de 10h10 e foi ovacionado por apoiadores. Ele percorreu toda a grade em que estavam concentradas as pessoas e se dirigiu para o palco.
Auxílio Emergencial
Durante o discurso do presidente, ele também falou sobre o Auxílio Emergencial. O benefício começou com uma proposta de duração de três meses, mas já está no quinto mês de liberação do crédito.
Bolsonaro lembrou que os primeiros prejudicados com a pandemia foram os ambulantes, considerados como “invisíveis”. Nisso, ele voltou a dizer que pretende manter o auxílio até o fim do ano, mas que “não deve ser R$ 600, mas não será R$ 200”.
“Àqueles que recebem Auxílio Emergencial, quero dizer que os primeiros prejudicados foram os informais, conhecidos como invisíveis. Eles não tinham mais como vender, nos grandes centros, o churrasquinho na praça, vender o biscoito na praia. Criamos o auxílio por três meses e prorrogamos por mais dois meses, portanto, estamos em cinco meses. Ele é pouco para quem recebe, mas muito para quem paga. Nós pretendemos [manter] um valor menor, que não será R$ 600 nem R$ 200, para prorrogá-lo até o final do ano”, declarou.
Energia e nióbio
Durante sua fala, o presidente também destacou que sempre foi contra “taxar o sol” – em falas anteriores sobre redução de impostos em cima da produção de energia solar.
“Eu disse que o sol não será taxado”, recordou Bolsonaro.
Ele ressaltou que é a oitava vez que vem a Goiás, citou as reservas de nióbio do estado e disse que considera o estado o “coração do Brasil”, principalmente por conta do agronegócio.
Discursos
Durante a solenidade, o governador Ronaldo Caiado não tirou a máscara para discursar, elogiou o presidente e disse que “Goiás é o estado mais visitado” por ele desde que foi eleito.
A deputada federal Magda Mofatto Hon falou sobre os incentivos governamentais – federais e estaduais – que viabilizaram a obra. Segundo ela, foram esses programas que mantiveram o comércio ativo.
Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque também discursou sobre as medidas do governo federal para facilitar a criação de obras como a usina que foi inaugurada durante a solenidade. Segundo Albuquerque, obras de recursos privados e de preservação do meio ambiente têm recebido apoio do governo. Ele realçou a redução de impostos para importação de equipamentos de energia solar, em vigor desde 1º de agosto, para tornar o modelo mais competitivo.
Visitas a Goiás
Esta é a oitava vez que o presidente vem a Goiás. Ele já esteve no estado para acompanhar e inaugurar obras do Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás no início do ano.
Em outras ocasiões ele visitou uma lanchonete, parou em rodovia para falar com apoiadores e até foi soltar um míssil uma vez, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Em junho, Bolsonaro fez uma visita surpresa a Ipameri.
Usina
Com 75 mil m², a usina fotovoltaica construída pelo Grupo di Roma deve abastecer os parques aquáticos do complexo turístico. A energia gerada poderia abastecer até 4.265 casas.
Segundo a companhia, o excedente deve ser ofertado à cidade de Caldas Novas.