sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Jovem com síndrome rara nos ossos faz sucesso com vídeos na web

Uma jovem de 25 anos de Tupã (SP) decidiu usar as redes sociais para conhecer pessoas novas e se distrair na quarentena. Essa seria uma história comum a milhares de…

Uma jovem de 25 anos de Tupã (SP) decidiu usar as redes sociais para conhecer pessoas novas e se distrair na quarentena. Essa seria uma história comum a milhares de outras pessoas, mas o que Juliana Fernandes não esperava era atingir quase 200 mil seguidores em tão pouco tempo, com seus vídeos que incentivam a autoestima.

A pedagoga foi diagnosticada quando criança com a síndrome de Melnick Needles, uma condição raríssima que afeta 70 pessoas em todo o mundo, de acordo com a jovem. No geral, a doença causa uma série de modificações na estrutura óssea, além de problemas nos rins e pneumonia.

Ao G1, Juliana desabafou que fez acompanhamento médico por vários anos até descobrir que o caso dela não era grave, apenas causava essa malformação que modifica sua aparência.

“No meu caso, o meu problema foi apenas na ‘lataria’, como eu sempre falo. É só por fora, só fisionomia, por dentro é tudo perfeito”, brinca Juliana.

Por conta da síndrome, Juliana já fez uma cirurgia no nariz para correção do septo e os médicos também recomendaram que ela fizesse uma cirurgia no braço para colocá-lo no lugar. No entanto, com o procedimento, não era certeza de que ela voltaria a mexer o membro.

“Eu optei em não fazer, pois faço tudo com esse braço, escrevo com ele normalmente. O que ia adiantar um braço ’perfeito’, no lugar, mas sem movimento? Depois que vi que eu não tinha nada grave, que essa síndrome não me afetava em nada, acabei desistindo de fazer acompanhamento médico”, explica Juliana.

Há cinco meses, a pedagoga decidiu se expor nas redes sociais, através do Tik Tok, e a repercussão a surpreendeu. A jovem participa das dublagens, desafios e brincadeiras do aplicativo, além de gravar mensagens de apoio e estimular a autoestima dos seguidores.

“Acredito que meus vídeos podem atingir a vida de outras pessoas de maneira positiva, pois é o resultado que ando recebendo. Pessoas que não se amavam, hoje passaram a ver a vida diferente e se amar, outras falam que sirvo de inspiração para elas, mas na verdade são os comentários dessas pessoas que me inspiram a continuar”, conta Juliana.

Comentários negativos
A pedagoga contou ao G1 que, mesmo com o apoio do público, recebe constantemente comentários negativos nas redes sociais. No entanto, ela diz que procura responder algumas mensagens ruins para tentar fazer as pessoas refletirem sobre o que elas estão fazendo.

“Muitas dessas pessoas só se sentem bem quando atingem uma pessoa e a deixam mal, mas quando eu respondo, faço com que elas parem e reflitam sobre sua postura, já recebi vários pedidos de desculpas, fico muito feliz quando isso acontece”, admite a jovem.

Juliana contou que fazer vídeos faz muito bem a ela, principalmente agora que conquistou bastante seguidores. Segundo a jovem, os próprios seguidores vão “buscá-la de volta” quando ela fica um tempo sem postar os recados que divertem e incentivam a autoestima.

“Sempre digo que devemos nos amar para depois amar outra pessoa. Se nós mesmo não gostamos de nós, quem vai gostar? Se não nos acharmos lindos, quem vai achar? Deus fez a gente do jeitinho que ele queria, Deus não erra. Então se ame, se aceite do seu jeito”, aconselha Juliana.

Notícias relacionadas