sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Por sonho de celular, menino de 9 anos passa a recolher latinhas

Pelas ruas de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, o pequeno estudante Hidêque Souza, de nove anos, vai caminhando com os olhos atentos nas lixeiras. Nelas, costuma encontrar as…

Pelas ruas de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, o pequeno estudante Hidêque Souza, de nove anos, vai caminhando com os olhos atentos nas lixeiras. Nelas, costuma encontrar as latinhas de alumínio que tem recolhido para realizar um sonho: comprar um celular.

Hidêque deseja um smartphone não somente para se divertir. Com as aulas à distância por causa da pandemia do coronavírus, ele quer o aparelho celular para estudar e fazer as tarefas da escola. No momento, há apenas um smartphone na casa para ser dividido com a mãe e os outros três irmãos.

A família, que vive em uma residência sem água encanada, não tem condições de comprar mais um smartphone. Em vez de lamentar, Hidêque tem usado o próprio esforço para conseguir o que deseja.

“Vi na televisão um monte de crianças com celular. Também vi no jornal que as pessoas juntavam reciclagem. Daí pensei em juntar latinhas para comprar um celular. (…) É para entrar no whatsapp, Facebook, fazer as tarefas da escola, jogar joguinhos…”, contou.

O quilo das latinhas vale, em média, R$ 3,50. Ainda faltam alguns quilos para ele conseguir o dinheiro necessário para a compra. Mas, antes mesmo de alcançar a meta, já tem dado exemplo de perseverança.

O exemplo foi reconhecido pela vizinhança. A história dele foi divulgada em redes sociais por uma vizinha. As fotos mobilizaram outras pessoas, que tem doado latinhas para o garoto. Ele até chegou a ganhar um celular de uma pessoa que viu a publicação. O aparelho, entretanto, estava quebrado.

A mãe de Hidêque, Maíra Souza, ressalta que não tem condições de comprar um celular a mais para casa, pois o valor de um, mesmo usado, comprometeria o orçamento da casa. Ela não esconde o orgulho com a iniciativa do filho.

“No começo, levei até um susto. Pensei: “ah, não vai dar muito certo”. Mas deixei, né. É algo válido também. A gente tem que dar força. Depois, comecei a ver e pensar: “nossa, com 30 anos eu não tenho essa atitude que ele tem, de sair e catar latinhas”, elogiou.

“Recebi uma mensagem de uma moça, que me disse: nossa, eu estava em começo de depressão. Abri o Facebook e vi a história do seu filho. Me motivou tanto que estou até já na rua andando. Ela disse que ele inspirou ela e a tirou da cama. Essa força de vontade, de conseguir o que quer, motivou muitas pessoas”, acrescentou Maíra Souza.

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