A empresa MS Táxi Aéreo Ltda cassada por fazer voos clandestinos e também multada, em R$ 75 mil, por irregularidades em três aeronaves, é a primeira no país a ser cassada por fazer voos clandestinos, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Ao G1 um dos advogados da defesa, Tales Morelli, disse que a empresa ainda não foi notificada e por isso não irá se pronunciar no momento.
De acordo com a agência, há outros processos envolvendo a empresa, que “devem culminar para o mesmo fim”, porém, estão em sigilo processual. A MS Táxi aéreo é a mesma empresa contratada pelos apresentadores Luciano Huck e Angélica, onde, em maio de 2015, houve pouso forçado com um binomotor. Na ocasião, estavam 9 pessoas, incluindo os filhos deles, babás e tripulação. Ninguém se feriu. Com a perícia, foi apontado que o avião tinha uma peça invertida.
Além da investigação administrativa, a Polícia Civil também instaurou inquérito para apurar o acidente aéreo que causou a morte do piloto Marcos David Xavier, em 2016.
“Essa cassação por parte da agência reguladora referenda muito da ação que está sendo finalizada pela Deco [Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado]. Foram diversos elementos constatados durante a investigação e levados ao conhecimento da Anac, que acabou vislumbrando o cenário de que a credenciada dela não vinha seguindo as leis e os regulamentos de boa fé e de serem, inclusive, merecedores da confiança deles”, afirmou ao G1 a delegada.
De acordo com Medina, quando houve o acidente, eles operavam com uma aeronave não autorizada para transporte de passageiros e já interditada após um acidente. “A partir do momento em que eles adotaram esse tipo de postura, sendo uma agência credenciada e que deveria se preocupar em atender as demandas após a interdição, continuou visando o lucro e promovendo o táxi aéreo, porém, agora de forma clandestina e criminosa”, ressaltou.
Lavagem de dinheiro e outros crimes
Ainda conforme a investigação da Deco, “vários outros crimes conexos foram sendo perpetrados”, como o famoso caixa 2, fraude documental, falsidade ideológica, entre outros.
“Existe o enriquecimento ilícito, já que este tipo de transporte estavam sendo feitos de forma clandestina, criminosa. Todos os ganhos acabavam tendo de ser dissimulados, então, é um cenário bastante crítico e a gente tem, pela primeira vez, no país, uma empresa de táxi aéreo cassada efetivamente por elementos que a própria investigação criminal, uma especialidade da Polícia Civil e do Dracco [ Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado], comentou.
A delegada ainda fala dos elementos apresentados pela polícia a Anac, o que acabou “propiciando a agência de enxergar o cenário que antes, aquela atribuição somente administrativa e com os protocolos que eles tinham, não era possível chegar e materializar”. Atualmente, ela fala que a investigação continua por conta da “cadeia criminosa que se cria quando há uma desobediência de normativa e regulamento, crimes hoje refutados pela sociedade”, finalizou.