domingo, 22 de setembro de 2024
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Covid: físico da região adapta máscara de mergulho pra tratamento

Atualmente professor da Universidade Federal, Jefferson Esquina Tsuchida, 38 anos, é da cidade de São Francisco, próximo a Jales, e leciona na Universidade Federal de Lavras, onde recebeu o convite…

Atualmente professor da Universidade Federal, Jefferson Esquina Tsuchida, 38 anos, é da cidade de São Francisco, próximo a Jales, e leciona na Universidade Federal de Lavras, onde recebeu o convite para coordenar o desenvolvimento do projeto de adapta máscara de mergulho para tratamento de pacientes com Covid-19.

A ideia inicial veio do projeto desenvolvido na Itália, em que um médico buscou fazer a adaptação com uma modelagem da peça e impressão 3D. Os testes da universidade mineira começaram após a equipe de alunos da engenharia mecânica entrarem em contato com o fisioterapeuta respiratório de UTI e sentirem a necessidade de um item acessível e que de fato fosse entregue.

Em entrevista ao DLNews, o professor contou que a busca era por um projeto que fosse possível desenvolver. “Eles pesquisaram a respeito dessa máscara, vimos que era uma ideia muito boa e falamos com o pessoas da UTI da Santa Casa de Lavras”.

A adaptação do equipamento de mergulho nada mais é que a retirada do snorkel (parte usada para a respiração debaixo d’água) para que então sejam inseridas as mangueiras que dão acesso direto aos respiradores mecânicos usados em casos graves de Covid.

Algumas correias quem prendem a máscara à cabeça também foram substituídas. Isso porque, segundo Tsuchida, quando utilizada para máscara de mergulho, a pressão da própria água ajuda na fixação do equipamento ao rosto, o que não acontece enquanto respirador. “Agora a gente tem um sistema inverso, é o ar que está sendo inserido dentro da máscara e isso gera uma pressão que tende a tirar a máscara do rosto. Esse foi um dos problemas que tivemos que resolver e manter certinho, sem muitos vazamentos”, explicou.

Tanto em conforto, quanto em segurança e valor, a máscara adaptada supera as convencionais. “O nível de segurança é bem grande, pois a ideia do projeto é ajudar os profissionais de saúde”. O professor diz que no momento da expiração o ar vai diretamente para o respirador mecânico, onde é filtrado, então não tem contaminação no ambiente externo.

Testes mostraram que o índice de vazamento do equipamento é muito maior que a convencional devido a maior vedação no rosto do paciente. Além disso, a máscara garante maior conforto pois mantém espaço entre o equipamento e a face da pessoa, permitindo, inclusive, a comunicação.

Para produção de 20 adaptadores foi gasto cerca de R$ 6 mil com o material, que é a parte mais cara do processo. Isso porque uma certificação é necessária, além de equilibrar a rigidez com a maleabilidade para suportar quedas, por exemplo. Ainda assim, o valor médio das máscara pronta, na faixa de R$ 400, é menor que as máscaras convencionais, que giram em torno de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil.

Tsuchida explica que, em contrapartida do alto custo com material, a máscara em si é mais barata e exige apenas duas variações de tamanho, enquanto a convencional tem até cinco, o que encarece ainda mais o processo de produção.

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