Um grupo que se autodenomina White Lies Matter (Mentiras Brancas Importam) transformou a escultura de uma cadeira, que é um monumento confederado, considerado racista, num vaso sanitário.
A transformação ocorreu depois que o pedido de resgate foi recusado.
A cadeira do Jefferson Davis Memorial foi roubada do cemitério Old Live Oak, em Selma (Alabama, EUA), no início deste mês. O White Lies Matter afirmou que devolveria a cadeira às Filhas Unidas da Confederação (UDC), entidade guardiã do monumento, se a organização concordasse em pendurar um banner do lado de fora da sua sede em Richmond (Virgínia, EUA).
Do contrário, avisou o grupo, a cadeira – avaliada em US$ 500 mil, esculpida em pedra e pesando centenas de quilos – seria imediatamente transformada em privada. Com o fim das negociações, foi o que aconteceu.
Em mensagem enviada ao site “AL.com”, o White Lies Matter disse que o banner trazia uma citação de Assata Shakur, um ativista do Exército de Libertação Negro procurado pelo FBI pelo assassinato de um policial estadual de Nova Jersey (EUA), que dizia: “Os governantes deste país sempre consideram sua propriedade mais importante do que nossas vidas”.
O grupo disse que entregou o banner à UDC, que foi orientada a pendurá-lo no prédio por 24 horas. Se a demanda fosse cumprida a White Lies Matter não só “iria devolver a cadeira intacta, mas também limpá-la”.
Quando o UDC não atendeu à exigência, o White Lies Matter cumpriu a ameaça e fez um buraco no meio do assento da cadeira, que foi usada para defecação e depois abandonada.
Patricia Godwin, integrante da UDC, disse à agência AP que a cadeira havia sido doada há mais de 100 anos e estava ao lado de outros monumentos confederados (forças da Guerra Civil Americana, lideradas por grandes produtores agrários, que defendiam a escravidão) em uma seção privada do cemitério Old Live Oak.
“Eles precisam devolver a cadeira. É um grande roubo”, disse ela.
Depois de receber uma dica sobre o paradeiro da cadeira, a polícia de Nova Orleans a encontrou. Duas pessoas foram presas em conexão com o roubo e a polícia estava procurando uma terceira, relata o “New York Times”.