A corrupção eleitoral, caracterizada pela compra de votos, é uma das condutas mais repudiadas pelos eleitores brasileiros, de acordo com uma pesquisa contratada pelo Instituto Não Aceito Corrupção (Inac).
O levantamento da empresa Ágora Pesquisa, realizado entre março e maio deste ano, analisou a aceitação de práticas corruptas na sociedade. Além da compra de votos, condutas como funcionários fantasmas, rachadinha e nepotismo também geram repúdio.
Segundo a pesquisa, 62% dos entrevistados conhecem alguém que trocou o voto por dinheiro, e 54% relataram ter sofrido ao menos uma tentativa direta de corrupção eleitoral na última década.
A pesquisa do Inac também mapeou o preço médio do voto conforme a região:
Nordeste: R$ 124,62
Norte: R$ 138,83
Sudeste: R$ 139,58
Centro-Oeste: R$ 140,54
Sul: R$ 142,88
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a compra de votos (captação ilícita de sufrágio) “ocorre quando a candidata ou o candidato doa, oferece, promete ou entrega para o eleitor qualquer bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza – inclusive emprego ou função pública – para obter seu voto”.
Conforme a pesquisa, a corrupção ocupa o oitavo lugar na lista de preocupações da população, atrás de saúde, educação e segurança pública. O levantamento apontou ainda que apenas 20% dos entrevistados conhecem e acreditam na eficácia dos canais de denúncia.
Há uma variação geracional na percepção da corrupção. À medida que envelhecem, as pessoas tendem a se tornar mais sensíveis ao tema, e a preocupação com a corrupção também aumenta com a renda.
A pesquisa ouviu 2.026 eleitores de diferentes regiões, classes sociais e gêneros, com idades entre 16 e 75 anos.