O observatório climático Copernicus, da União Europeia, declarou que 2024 deve se tornar o ano mais quente já registrado, ultrapassando 2023. Com uma temperatura média global recorde de janeiro a outubro, a tendência é que o ano finalize com um aquecimento acima de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, o que destaca a aceleração das mudanças climáticas e aumenta as preocupações para a COP 29, que ocorrerá em breve no Azerbaijão.
Segundo Carlo Buontempo, diretor do Copernicus, “o clima está aquecendo em todos os continentes e bacias oceânicas”, resultado direto das emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás. O cientista também alertou que esses níveis recordes de temperatura devem continuar se repetindo, reforçando a necessidade urgente de ações climáticas mais rígidas.
A cientista climática Sonia Seneviratne, da ETH Zurich, afirmou que os objetivos do Acordo de Paris estão em risco devido ao ritmo lento de ações climáticas. Com projeções indicando que a meta de aquecimento de 1,5°C será ultrapassada até 2030, eventos climáticos extremos, como furacões, incêndios florestais e inundações, devem se intensificar, tornando ainda mais urgente a necessidade de transição para uma economia menos dependente de combustíveis fósseis.