Uma rebelião na Cadeia Pública de Catanduva deixou cerca de 150 pessoas que visitavam os presos – e uma carcereira – reféns por mais de três horas, na tarde de ontem.
Por volta das 15 horas, a Polícia Militar mobilizou a ‘Tropa de Choque’ e diversas viaturas que se deslocaram até o prédio em que funcionam o Plantão Policial e a Cadeia Pública.
As ruas próximas ao local foram bloqueadas e iniciou-se o trabalho de preparação dos policiais militares para a entrada, caso fosse necessário.
Também foram acionadas as viaturas da Delegacia de Investigação Sobre Entorpecente (DISE) e da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
De acordo com as informações do Comandante do 30º Batalhão da Polícia Militar, coronel Gilmar Torres Peres, até a primeira hora da rebelião, a situação estava controlada.
Compareceu ao local para as negociações com os presos o diretor substituto da Cadeia Pública, Acáccio de Oliveira Santos Neto, o promotor de justiça, Antônio Bandeira Neto, e o Delegado Seccional, Édson Antônio Ermenegildo.
“Os presos fizeram de refém uma funcionária da instituição, porém sem qualquer violência praticada. Os encarcerados aproveitaram o número de pessoas que estavam no interior da cadeia para fazer o movimento e reivindicar algumas situações”, explicou o coronel.
Durante as negociações, não foi necessário proceder-se à entrada da Tropa de Choque na Cadeia.
Por volta das 16h30, a carcereira Maria de Nazaré Antônio Carvalho foi libertada e as negociações continuaram até as 18h15, quando finalizou o movimento.
“Foi tudo tranqüilo, não houve agressão e todos os presos retornaram para as suas celas após apresentar algumas reivindicações. Vamos verificar a possibilidade de atendê-las”, disse o promotor Bandeira. A Cadeia Pública, que tem capacidade para 60 presos, está atualmente com 81. Em setembro do ano passado, 22 presos do CDP de Rio Preto promoveram rebelião de duas horas. Na oportunidade, uma discussão entre os presos causou o tumulto.
Fim das negociações
Com a saída dos reféns do interior da instituição, as celas e outras dependências do prédio foram averiguadas.
Segundo o delegado que responde pela Cadeia Pública, Acáccio de Oliveira Santos Neto, foram três horas de negociação com os presos e aflição para os reféns que estavam no local.
“Os presos aproveitaram o dia de visitas para fazer o movimento e reivindicar a mudança de horário de sol, o aumento no horário de visita, inclusive aos domingos e a transferência de algum presos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto”, disse o delegado.
Durante todo o tempo em que durou as negociações, nenhum refém foi ferido e aparentemente nenhum dano foi registrado no prédio.
A dona de casa Alessandra Aparecida Martimiano, 31 anos, parente de um dos presidiários, afirmou que não estava no interior do prédio, mas que viveu momentos de aflição e medo.
“Minha mãe e minha irmã ficaram dentro da cadeia no momento que visitavam o meu irmão que está preso. Eu não tinha informações do que acontecia e fiquei assustada com o movimento dos policiais. Pensei no pior, mas tudo acabou bem”, comentou Alessandra.