A Festa do Peão de Barretos,a maior e mais tradicional do Brasil, começa nesta quinta-feira (15) e deve ser marcada pelo acirramento de uma polêmica que há dois anos põe frente a frente organizadores, público e defensores dos animais: a questão dos maus-tratos.
O assunto ganhou novos contornos depois que, em 2011, a prova de bulldog foi suspensa por conta de um acordo entre os organizadores do evento e o Ministério Público. Nesse tipo de prova, o peão precisa saltar do cavalo em movimento para imobilizar um bezerro. Naquele ano, porém, imagens [abaixo] mostraram o bezerro tendo de ser sacrificado após a prova. O MP viu e não gostou.
Desde então, essa modalidade de competição está suspensa, até que a Justiça se manifeste sobre o assunto, segundo informou nessa quarta-feira (14) a promotora de Justiça e curadora do Meio Ambiente de Barretos, Adriana Nogueira Franco.
Elizabeth Mc Gregor, gerente de educação do FNPDA (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal), que agrega cem entidades em defesa de bichos no Brasil, assina embaixo da decisão da promotora, mas diz que a suspensão da prova de bulldog ainda é pouco e não muda em nada o que os ativistas pensam sobre a festa.
As provas, segundo Elizabeth, causam sofrimento, estresse, lesões e muitas vezes levam os animais à morte.
Os maus-tratos, diz, ocorrem não só durante as montarias, mas no transporte e no ambiente em que bois e cavalos permanecem. Ela cita os rojões soltos durante a competição como um dos fatores estressantes.