quinta, 26 de dezembro de 2024
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Após sinal de DEUS, mãe deixa de dar remédio à filha especial

A Justiça manteve a decisão da Vara da Infância e Juventude de Votuporanga e obrigou a dona de casa A.L.C., 27 anos, a medicar a filha de 9 anos, portadora…

A Justiça manteve a decisão da Vara da Infância e Juventude de Votuporanga e obrigou a dona de casa A.L.C., 27 anos, a medicar a filha de 9 anos, portadora de autismo. Segundo informações do Jornal Diário da Região ela havia suspendido por conta própria os remédios indicados para filha , portadora de necessidades especiais e justificado a suspensão do medicamento como um sinal divino.

o fato trouxe à tona a polêmica da interferência da fé na prática da medicina. A dona de casa afirma que recebeu um “sinal de Deus” para deixar de fornecer os medicamentos à filha e que desta maneira ela seria curada do autismo, uma doença psiquiátrica que altera o comportamento e é classificada como incurável pela medicina.

A mensagem teria vindo por meio de um sonho que a mãe dela, avó da garota, teria tido há um ano e meio. Evangélica e membro da igreja pentecostal Deus é Amor, a mulher afirma que é fiel a Deus e que os sinais e mensagens dele na terra devem ser seguidos.

De acordo com a prescrição médica, a menina precisa dos medicamentos para ficar calma e não agredir outras pessoas.Sem os medicamentos, a mãe afirma que a filha continuou bem, mas admite que os professores da escola onde a menor estuda reclamaram que ela estava com comportamento alterado.

“Elas falaram que ela tinha piorado, mas não acredito nisso. Tenho fé de que Deus mandou essa mensagem e que ela será curada”, diz.

Segundo funcionários da escola, a menina agrediu funcionários da instituição, praticou autoagressão e estava com oscilação de humor, sintomas de irritabilidade e ansiedade.Foi então que questionaram a mãe e descobriram que ela havia parado de tomar remédio.

Percebendo o retrocesso da menina devido a falta de medicação, a escola então exigiu que a mãe. assinasse um termo de responsabilidade por conta da ausência do remédio e enviou o documento ao promotor da Vara da Infância e Juventude, que, por sua vez, entrou com ação civil contra ela. Ao promotor, a dona de casa afirmou que havia jogado fora os medicamentos, alegando motivos religiosos.

A Justiça diz que o direito da criança à saúde se sobrepõe à crença religiosa da mãe.

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