Transferência causou surpresa em líderes do PCC, diz promotor

O promotor Lincoln Gakiya, ​que está há mais de dez anos à frente Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público em Presidente Prudente, disse que a megaoperação feita nesta quarta-feira (13) para remover os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) de penitenciárias do oeste paulista para presídios federais causou surpresa aos detentos.

A ação, feita pelo Exército Brasileiro, FAB e as polícias civil, militar e federal, transferiu 22 homens do primeiro e segundo escalão do PCC para diferentes presídios federais com o objetivo de isolá-los. Entre eles estava o líder máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Em entrevista ao SBT Interior, nesta quinta-feira (14), Gakiya, que já mandou centenas de integrantes do PCC para a cadeia e teve a morte determinada pela facção, disse que o Estado não pode recuar às ameaças.

"Isso, em determinado momento, vai enfraquecer a organização, na medida em que eles vão ter que se recompor internamente. Eles continuam comandando o crime de maneira muito tranquila com cartas, contatos com advogados. No sistema federal eu acho que essas ordens serão dificultadas", disse.

Há mais de 5 anos, o promotor vive sob escolta policial 24 horas por dia. Porém, segundo ele, as represálias não podem fazer com que o Estado recue.

"Toda ação gera uma reação. É uma tentativa do crime organizado de fazer o Estado recuar e não removê-los. A gente manteve a posição, eles já foram removidos, a escolta está reforçada. O problema não é só comigo. O Estado é quem está agindo. Existem outros 2 mil promotores que poderiam exercer a mesma função. O Estado tem que ser mais forte que o crime organizado", finalizou.