Quarta, 24 de Abril de 2024

Helicóptero não tinha autorização para transportar passageiros

11/02/2019 as 19:45 | Brasil | Da Redaçao
O helicóptero que caiu nesta segunda-feira (11) em São Paulo, causando a morte do jornalista Ricardo Boechat, não tinha autorização para transportar passageiros, de acordo com a Agência Nacional de Avião Civil (Anac). A aeronave da empresa RQ Helicópteros estava registrada para a realização de “serviços aéreos especializados”.

O Código Brasileiro de Aeronáutica especifica, no artigo 201, que esse tipo de atividade aérea inclui fotografias e filmagens aéreas, exploração do solo e do mar, publicidade aérea, fomento ou proteção da agricultura, saneamento, investigações, ensino para tripulantes, modificação de clima e “qualquer modalidade remunerada distinta do transporte público”.

“A empresa possui autorização para prestar serviços aéreos especializados. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada. Tendo em vista essas informações, a Anac abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente”, informou, em nota.

Isso significa que a empresa – em teoria – não poderia realizar, naquela aeronave, o serviço de “táxi aéreo”, levando Boechat de São Paulo para Campinas e retornando após a realização de evento no interior do estado. O helicóptero da empresa RQ – que leva as iniciais do piloto Ronaldo Quattrucci, também morto no acidente – ficou totalmente destruído.

No site da RQ Helicópteros, a empresa informa que realiza os serviços especializados, mas também cita atuação em táxi aéreo e casamentos – entretanto, nestes casos, exibe fotos de uma aeronave branca, diferente da que caiu na região do Rodoanel, que era amarela. Um caminhão foi atingido no acidente e o trânsito de veículos ficou afetado.

O helicóptero estava com o certificado de aeronavegabilidade válido até maio de 2023. Além disso, a inspeção anual de manutenção estava em dia até maio de 2019, segundo a Anac. Isso significa que, mesmo sem poder realizar transporte de passageiros, a aeronave tinha situação regular. Com prefixo PT-HPG, o modelo foi construído pela Bell Helicopter.

As investigações sobre o que causou o acidente estão conduzidas pelo Quarto Serviço Regional de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), subordinado ao Comando da Força Aérea Brasileira (FAB). Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou 206 acidentes com helicópteros, dos quais 26% foram graves e 25% tiveram mortes.
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