O projeto inovador que usa o reconhecimento facial para identificação de doenças acaba de ser desenvolvido em uma parceria de pesquisadores dos Estados Unidos e brasileiros, estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Participaram pesquisadores do Projeto Crânio-Face Brasil do Departamento de Genética da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), da Unicamp, e do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, dos Estados Unidos, além de estudiosos de outros países.
Através de um software de reconhecimento facial é possível identificar síndromes genéticas raras, como a Síndrome Velocardiofacial DiGeorge (22q11.2), conhecida por provocar, entre os mais de 180 achados clínicos, a fissura labiopalatina, popularmente chamada de lábio leporino.
Os resultados foram publicados na revista American Journal of Medical Genetics. De acordo com a análise foram coletadas informações e imagens de face de 106 indivíduos de 11 países com a delação 22q11.2 que causa a síndrome genética. A mesma avaliação de imagem foi feita com outras 156 pessoas sem a doença.
A partir de 126 medidas diferentes da face, a taxa de acerto para o diagnóstico da doença foi superior a 96% com o uso do software. O programa de computador é semelhante aos já utilizados em aeroportos para a identificação.
Os pacientes com a doença genética necessitam, ao longo de suas vidas, de um grande número de intervenções médicas e hospitalizações. O diagnóstico precoce é fundamental para a adequada avaliação e manejo clínico dos indivíduos e seus familiares.
A ideia é que o software ajudará a detecção de casos em países que não possuem recursos para a realização de exames genéticos. A expectativa é que no futuro o programa computadorizado possa identificar com precisão, e em grande escala, além da síndrome, outras que acomentem os seres humanos, como Down, Noonan e Williams.