Sábado, 20 de Abril de 2024

Dialogar é uma arte

21/11/2015 as 07:50 | | Da Redaçao
O nosso dia-a-dia apresenta uma realidade bastante singular, já que em praticamente todos os momentos temos idéias diferentes das pessoas que fazem parte do nosso círculo de relacionamentos, de nossos companheiros de trabalho ou mesmo de família. Isso não é diferente comigo ou com você e é natural que seja assim. O mal maior está justamente na constatação de que raramente dialogamos para a solução das dificuldades que vão aparecendo.

Certamente algumas coisas nos desiludem ou nos deixam irritados ou até mesmo decepcionados, de maneira que, em razão desses contratempos, acabamos dizendo e ou fazendo coisas que talvez não devêssemos, muitas das quais provavelmente farão com que nos arrependamos. Na verdade, não vemos que a solução para a maior parte dos nossos problemas é o aprimoramento da nossa capacidade de dialogar.

Na política também é assim. A ausência do diálogo impede que haja a troca de informações comuns e a chance do entendimento. Quando há diálogo, os opostos baixam as armas e deixam suas posições de ataque e se tornam flexíveis. Isso não quer dizer que somente o diálogo resolva tudo, mas não tenho dúvida que, sem ele, os dois lados ficam cada vez mais isolados. Cada um fazendo do seu jeito, são inevitáveis os choques e nessas condições, quem perde é sempre a população.

As pessoas envolvidas na arte de fazer política precisam expor claramente suas idéias, sem esquecer que a arte de dialogar inclui as habilidades de ser firme, mas, também, de ceder. Precisam, também, aceitar que são suscetíveis às críticas e que as críticas honestas servem para nos fazer crescer e nos orientar, por isso devem ser consideradas.

A verdade é que sempre desconfiamos dos políticos e acabamos misturando todos no mesmo “balaio”, sem diferenciar os bons dos maus. É evidente que precisamos mudar essa concepção, mas, para que isso ocorra, eles também precisam fazer a parte que lhes cabe. Por isso, vamos dialogar, sempre, senão seremos obrigados a concordar com Voltaire, grande escritor francês, que insistia em dizer que "a política tem a sua fonte antes na perversidade do que na grandeza do espírito humano". Até que ponto isso é verdadeiro?


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)
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