Terça, 23 de Abril de 2024

Crise à vista(?)

08/05/2015 as 07:50 | | Da Redaçao
As últimas notícias não são nada alvissareiras. As manchetes e os indicadores dão conta que a maioria das empresas do setor automobilístico deram férias coletivas aos seus empregados e as demissões estão ali na porta. Pela lógica, o setor de autopeças e pneus vêm em seguida. O setor de bebidas já anunciou forte retração nas vendas, assim como outros setores da economia, numa triste sequência.
Enquanto isso, o governo assiste, atônito, os panelaços e os níveis de desemprego subirem assustadoramente e a inflação dando sinais de descontrole. Alguns pessimistas dizem que “a festa acabou” e atribuem ao ajuste fiscal a culpa pela crise que vivemos.
O quadro é desalentador e o paciente não dá sinais de melhora. Não se diga que as dificuldades se resumem ao governo federal. Governos estaduais e municipais também estão enfrentando a escassez de recursos financeiros, cortando investimentos e pagando, mal e porcamente, a folha. Greves do funcionalismo pipocam aqui e acolá, em busca de reajustes que não serão concedidos (não que não mereçam, mas pela obviedade do momento) e vão penalizando ainda mais a população, em especial nas áreas de saúde e educação.
Porque isso está acontecendo? Penso que a resposta é simples: gastamos (o governo) mais do que devíamos e agora a fatura tem que ser paga. O estado provedor não se sustentou e as medidas que deveriam ter sido adotadas ainda em 2013 foram adiadas pela proximidade das eleições e pela perspectiva da reeleição que se concretizou. Agora, como não dá para falar mal do governo anterior, poderíamos ao menos ouvir um “mea culpa”, mas nem sinal disso.
Isso sem contar que, no campo político, não é diferente. O governo federal perdeu o controle da sua base e a pauta política vem sendo ditada pelo Congresso, onde fica evidente que a força momentânea de Eduardo Cunha e Renan Calheiros advém da extraordinária fraqueza do governo.
O resumo da ópera é que, feito nau à deriva, tudo indica que a crise deve se prolongar, deixando um rastro de desemprego e a certeza de que, mesmo que a economia se recupere a curto prazo (o que não é crível), este será um ano perdido. Infelizmente!


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)
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