Paulinho Gogó? Conheça o zagueiro que pode ser titular na final

A cada jogo do Santos, Paulo Ricardo, zagueiro de 20 anos de idade, vive a mesma expectativa: a de ser relacionado. Não é sempre que ele se concentra com o grupo e é escolhido para ficar na reserva. Na maioria das vezes, o jovem acaba cortado até do banco e vê o jogo ou pela TV ou em algum camarote da Vila Belmiro. Domingo, porém, será diferente. Ele estará no Allianz Parque, na primeira partida da primeira final do Campeonato Paulista. Mais do que isso: com Werley com dengue e Gustavo Henrique recuperando-se de lesão muscular, o garoto pode ser titular contra o Palmeiras.

A equipe alviverde, aliás, já havia sido colocada pelo destino na vida do defensor. Foi justamente contra o rival que ele estreou no time de cima do Santos, em 17 de julho do ano passado. Essa foi uma das três partidas que Paulo Ricardo fez como profissional. As outras duas foram contra o Londrina: como titular, ano passado, e entrando no segundo tempo, no último dia 15.

O garoto tímido, educado e que "só fala quando é perguntado", como os amigos o descrevem, nem sonhava em poder jogar a final, mas sempre se preparou para isso. Desde a base, Paulo Ricardo é reconhecido pelo empenho nos treinos e pela disciplina. Criado em família rígida, em Laguna, no interior de Santa Catarina, ele aprendeu a dar o seu melhor em tudo, seja nos estudos ou nos campos de futebol.

Apesar do estilo tranquilo, sereno e de poucas palavras, Paulo Ricardo tem características de liderança e chegou a usar a braçadeira de capitão na base, época em que orientava e motivava os companheiros sem gritos ou gestos, mas com conversas, exemplos e demonstrações de companheirismo.

Fora do padrão dos boleiros, o jovem é descrito por pessoas próximas como alguém que não diz palavrões e que fala corretamente. Contudo, nem o jeito recatado fez com que ele escapasse das brincadeiras e dos apelidos na época da base.

– O apelido dele era Paulinho Gogó! – diverte-se Nailson, ex-companheiro de defesa de Paulo Ricardo na base, que explica que a alcunha tem a ver com o pomo-de-adão avantajado do amigo e não com o personagem humorístico, mentiroso e contador de histórias.

O torcedor santista espera que o zagueiro que pouco fala dê o que falar (positivamente) no domingo.