Terça, 23 de Abril de 2024

Tragédia nos Alpes

27/03/2015 as 07:50 | | Da Redaçao
A se confirmarem as informações de que o copiloto efetuou, de maneira deliberada, a manobra que provocou a queda do avião da companhia alemã e matou 150 pessoas, não há mais como negar que a vida real está fugindo do nosso controle. Nos últimos tempos, temos nos acostumado em ver e ouvir tantas tragédias que, quando parece que nada mais vai nos surpreender, somos novamente surpreendidos.
Segundo o que vem sendo revelado, as gravações de uma das caixas-pretas mostram que, em determinado momento do voo, o piloto deixou a cabine de comando do avião para ir ao banheiro, quando o copiloto ficou trancado sozinho e alterou o sistema de orientação para iniciar a descida manualmente. Então, o piloto teria batido na porta da cabine para voltar, mas o copiloto permaneceu no mais absoluto silêncio, isolado na cabine durante os dez minutos da queda radical do avião, que se espatifou nos Alpes franceses. Uma cena surreal, digna de um filme de terror.
Ao fundo da gravação, as sirenes do alarme, os gritos de pânico dos passageiros e do piloto, desesperado, tentando entrar na cabine, gritando e esmurrando a porta, ao mesmo tempo em que a torre de comando tentava contato, em vão.
Cá com os meus botões, eu me pergunto: mas o que é isso? Que mundo é esse em que as barbaridades vão se avolumando aqui e ali, banalizando até mesmo a violência?
Já não basta viver reclamando que a vida é difícil, ainda temos que conviver com esse tipo de situação? Já imaginaram a cena? Embarcar num avião, desconhecendo quem está no comando e se sujeitar aos humores de uma pessoa que covardemente resolve dar cabo de sua própria vida, levando consigo, de maneira tresloucada, centenas de pessoas inocentes? Isso é covardia.
Atitude como a do jovem copiloto alemão, se confirmada, eu repito, mostra quão triste é viver num mundo assim, mas, felizmente, ainda há esperança, porque existem pessoas que se lembram de elevar seus pensamentos numa prece pelos que estão perdidos em suas caminhadas, orando por um mundo melhor e onde todos tenham como objetivo viver em paz.
“Que mundo é esse que ninguém entende um sonho? Que mundo é esse que ninguém sabe mais amar?”, diria Chorão, ele que também se foi tragicamente, deixando um legado de belas canções e um exemplo de como não devemos conduzir nossas vidas. Que Deus nos dê a sua infinita misericórdia e nos acuda, enquanto ainda há tempo!



Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)
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