Um país dividido? Certeza que não!

A se confirmarem nas urnas o que as pesquisas eleitorais estão indicando, os cientistas políticos preveem que o Brasil amanhecerá dividido na segunda feira.

Segundo eles, teremos as regiões Norte e Nordeste pintadas com o vermelho petista e as demais regiões pintadas com o azul tucano, passando a ideia de um país dividido entre ricos e pobres e o vencedor sairá no “photosharp”.
Penso que é uma meia verdade, até porque, se bem observarmos o resultado do primeiro turno, nem “a parte de cima” do país foi somente petista, tampouco “a parte de baixo” foi exclusivamente tucana. Em todas as regiões, ambos tiveram votações expressivas e isso deve ser respeitado.

O que não se pode negar é que o Brasil é um país imenso, rico pelo idioma e unidade territorial e cultural, porém, mas vive uma miséria ideológica e politica sem igual. Parece que os dois candidatos e os marqueteiros de plantão só enxergaram a tentativa de promover a divisão entre norte e sul, ricos e pobres, informados e desinformados. Há ricos, e muitos, que votam em Dilma. Da mesma forma, muito pobres de dar dó votarão em Aécio, assim como é fato que ambos têm milhões de votos entre analfabetos e letrados e que, no frigir dos ovos, os milhões de eleitores votam em quem bem entendem, de acordo com suas convicções, necessidades e ou interesses.

A verdade é que, desde a disputa entre Collor e Lula, nunca se viu tanta rivalidade numa eleição, porém, vamos combinar que nenhum é melhor do que o outro. Dilma tem seus (muitos) erros. Aécio também tem (inúmeros) erros. Ela é ruim em alguns aspectos, ele também é, assim como ambos também têm muitas qualidades e por aí vai.

O que não podemos esquecer, nunca, é que eles não são salvadores da pátria. São apenas dois candidatos disputando o cargo de Presidente da República. Na segunda feira, ao contrário do que as propagandas dizem, o povo vai continuar pegando ônibus lotado, enfrentando fila em hospital público e postos de saúde e frequentando escolas públicas que oferecem ensino de qualidade sofrível.

Sem contar a lástima da segurança e do transporte público, e etc e tal.
Por isso, vamos esperar que chegue logo o dia da eleição, para que, então, o Brasil volte a ser um país. Simples assim!


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)