Sábado, 20 de Abril de 2024

Lula foi contra a criação do PT, diz Zé Maria

01/10/2014 as 13:00 | Brasil | Da Redaçao
Mesmo que nos últimos anos as diferenças entre os ex-metalúrgicos José Maria (PSTU) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenham sido mais destacadas do que suas semelhanças, a história política dos dois nasceu da mesma base.

Líderes sindicais no Grande ABC, ambos estiveram presos juntos entre abril e maio de 1980. Os dois participaram da criação do PT. Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, Zé Maria, que disputa pela quarta vez a presidência da República afirma que o grande ícone do PT era contra a fundação do partido.

“Ele era contra! Houve todo um debate para a criação do PT. E o que era que o Lula dizia? ‘Isso está errado. Trabalhador tem é que se preocupar com sindicato. É estudante que fica mexendo com esse negócio de partido’”, lembra Zé Maria. O candidato explica que, àquela época, a maior influência política na vida do ex-presidente era seu irmão, Frei Chico, que militava no PCB.

“E o que o PCB queria naquela época? Manter unida a frente democrática no MDB. O PCB era contra a construção do PT e ele [Lula] era influenciado por essas posições de Frei Chico”, conta Zé Maria. A primeira vez que Lula militou em favor do PT, afirma o candidato, foi no Congresso Estadual dos Metalúrgicos de São Paulo, em fevereiro de 1979, quando os sindicatos de Osasco, Santo André e São Caetano já haviam aprovado a criação da legenda.

“Aí convencemos parte da diretoria do sindicato de São Bernardo que era dele. E o Lula terminou fazendo o primeiro discurso dele a favor do PT aí. Depois que ele assumiu, obviamente a coisa tomou outra dimensão. Ele deu o braço a torcer nesse congresso. Até então ele combatia a ideia”, rememora o líder do PSTU, que nesta entrevista fala em candidatura para “libertar”o Brasil das empreiteiras, das multinacionais e dos bancos. Zé Maria foi expulso do PT em 1992, juntamente com a tendência da qual participava, a Convergência Socialista, que defendia o movimento “Fora, Collor”. A maior parte do partido, inicialmente, era contra a mobilização pela saída do então presidente da República, que acabou perdendo o cargo em processo de impeachment após intensa pressão das ruas.

Procurada, a assessoria de imprensa de Lula diz que repassaria as declarações do candidato ao ex-presidente e, em seguida, retornaria. Mas não houve resposta até o momento.
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